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Algumas pessoas perguntam-me como faço para dar medicação às piolhas. Por regra, não costuma ser muito complicado dar-lhes os medicamentos, principalmente se for xarope e tiver um sabor agradável. Aqui fica o que costumo fazer.
Supositórios:
Não dou. A menos que se justifique muito bem, por exemplo, estarem a vomitar ou precisar de um medicamento com uma ação bem mais rápida.
Não gosto de dar supositórios e sei que é muito desconfortável para elas. Tento evitar.
Injeções/vacinas/colheitas de sangue:
Se tiver que ser, tem que ser e não há volta a dar. Se sabemos de antemão que vai doer com ou sem gel anestesiante que demora uma hora a fazer efeito, não vale a pena a espera e a ansiedade. Também não adianta eu estar a explicar que o que vamos fazer vezes e vezes sem conta. Explico uma vez porque acho que, pequenas ou crescidas, autistas ou não, há coisas que devemos dizer-lhes e explicar-lhes. Claro que não querem e choramingam.
Na hora H, o truque é agarrá-las como se fossemos um cinto de segurança e encostar-lhes a cabeça ao meu peito, com força mas sem magoar, e tentar acalmar os gritos e guinchos e força descomunal que fazem, sussurando "shhh, está quase, já passou, não chora". Ajuda imenso a acalmar ter um penso hiper colorido ou da Hello Kitty para colocar no local logo a seguir. As lágrimas passam instantaneamente.
Aerossóis:
Não é fácil. Basicamente, é seguir os mesmos passos do que faço para uma vacina... Nunca precisaram de fazer aerossois, exceto uma vez de urgência e não tive como prepará-la de antemão, mostrando como se faz a um boneco, por exemplo. Aqui o problema é ter algo na cara, o que as incomoda imenso.
Xarope:
Aqui há três ou quatro hipóteses:
1. Dar à colher - pode ser uma colher qualquer, desde que respeite a dosagem correta (pode medir-se com a colher que vem incluida e depois passar para outra, por exemplo, a preferida da criança). As piolhas aceitam muito bem esta hipótese.
2. Seringa (sem agulha) - se for uma criança que não goste de tomar medicamentos à colher, é mais fácil e rápido dar assim. Já tive que passar por algo semelhante mas com comida. Houve uma fase que só comiam com uma seringa... E só conseguia alimentá-las assim porque se recusavam a comer o que quer que fosse e provocavam o vómito. Nestas circunstâncias temos que ser firmes e nunca voltar atrás com o que lhes dizemos. Dar recompensas/reforço positivo se correr bem.
3. Copo - alguns xaropes trazem um copinho. Pode dar-se por aí ou medir a dose necessária e passá-la para outro copo.
4. Biberon - se a criança tem preferência por um biberon ou copo antigota, também é uma sugestão, principalmente, se já estiver ensonada ou a dormir.
Soluções em pó:
Costumo dar na água e usar a seringa para as obrigar a beber e eu saber que, de facto, tomam bem aquilo. Se cumprirem com a parte delas, há sempre reforço positivo ou uma recompensa.
Refiro que nunca tive grandes problemas em dar medicamentos às piolhas. Ainda não chegámos à fase dos comprimidos, depois nessa altura, pensarei em estratégias.
Para já, ficam algumas sugestões.