Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Como já vem sendo hábito, todos os anos,desde que as piolhas nasceram que fazemos os nossos postais de boas festas (exemplos aqui e aqui). Ainda que quem os receba, impressos ou por email, nem o note, a verdade é que há muito mais por trás dos desenhos e purpurinas.
Inicialmente, trabalhávamos a motricidade fina, a imaginação e o jogo simbólico, os diálogos do género pergunta/resposta com tempos, a atenção conjunta. As piolhas não se apercebiam que estavam a trabalhar e, convenhamos que, usar purpurinas ajudava imenso a manter o interesse na tarefa.
Este ano, a elaboração do postal coincidiu com o ataque de varicela a uma das piolhas (até a Angelina Jolie quis imitá-la) pelo que optei por utilizar outro tipo de materiais e concepção diferente.
Este ano trabalhámos a motricidade, atenção conjunta, troca de turnos à mesma mas de forma mais simplista.
Para o nosso postal precisamos de:
- sobras de cartolinas coloridas
- lápis de carvão
- cola
- cola glitter
Então , mãos à obra! Uma piolha fez e recortou a árvore de natal, a outra contornou e recortou os anjos e eu ajudei nos dizeres e uso do glitter (antes que se tornasse um abuso). Depois foi deixar secar et voilà, o nosso bonito e brilhante postal de boas festas. Está lindo na nossa lareira.
A nossa lareira no Natal fica assim, cheia! Postais, meias, presépios, músicas de Natal. Faz tudo parte!
E quem nos lê, também enviam postais de boas festas? Compram ou fazem ou tiram da net? Partilhem!
Confirmado o diagnóstico de varicela - não era difícil lá chegar - e aviada a receita na farmácia mais próxima, foi altura de colocar o telemóvel ao serviço e avisar a escola (professora, tarefeira, unidade de autismo) de que a piolha irá ficar em casa, de férias antecipadas, e já não regressará às aulas.
À tarde, terminadas as aulas, vinha eu com a irmã - que ainda não parece estar afetada - e um dos seus colegas diz-me que fez um cartão de melhoras para a B.. Fquei com o coração todo derretido... Os colegas de turma, apesar de nem sempre conseguirem acompanhar os seus passos/imaginação/(des)venturas/etc, gostam delas de verdade e isso vê-se nestas pequenas coisas.
Chegadas a casa, quis ver o tal cartão. Que coisa mais deliciosa de se ver!!! O colega até se esforçou para desenhar poneis com as cutie marks (as cenas nos flancos) e tudo!! Atentou nos detalhes e cores, é indescritível!
E, no fim de tudo, ainda conseguiu arrancar gargalhadas genuinas porque disse - reproduzido pela piolha - que desenhou também a "Senhora da Liberdade".
Está ou não está fabuloso? Os amiguinhos das piolhas são como elas: especiais. Adoro.
... e o pai vai adorar!
No t2, há uma parede que pertence às piolhas. É uma das paredes da garagem, onde já deixaram as suas marcas quando tinham 2 anos e que guardamos até hoje.
Nestas férias decidimos ir mais longe e sermos mais ousadas. Em vez de decalque de mãos, bem, inspirámo-nos e houve banhos de tinta. Literalmente.
Piolhas com t-shirts velhas e cuecas de bikini, mãe com bibe, muitos copinhos de iogurtes reutilizados, tintas acrílicas diluídas em água e misturadas para obter novas cores, pinceis da mãe. Parede à nossa espera e "Art Attack"!!!!!
Começámos assim:
Protegi com película a parte onde estavam os decalques das suas mãozitas, colei cartolinas na parede e começámos a brincar com as tintas. Mas rapidamente achámos que a parede ficava bem melhor mais colorida. E as piolhas também!!
E, dois dias depois, o resultado final é este:
A nossa parede está muito mais gira agora e até parece que os apoios das bicicletas fazem parte da paisagem eh eh eh. No final das pinturas, ainda fomos lavar o carro e o chão da garagem. Claro que as tintas não saíram mas também não é grave.
Foi uma atividade muito gira e divertida de se fazer!
Apesar de irmos insistindo no ler histórias, recontá-las, fazer atividades alusivas ao que acabou de ser lido, nem sempre somos muito fiéis às nossas ideias e nem sempre somos muito assíduos...
Seja como for, as piolhas adoram ouvir histórias e até já revelam capacidade para contarem pequenos contos, inventados por elas, ainda que sejam muito presos a realidades ou desenhos animados que conheçam.
Há uns meses atrás, trouxe um livro muito engraçado da biblioteca:
Lemos a história em conjunto, usando a estratégia habitual: eu vou lendo as palavras que as piolhas ainda não conseguem ler e elas leem o que já conhecem, por isso, fica uma história contada a 3 vozes.
Ora, a história da elefanta Élia tem como acessório fundamental o chapéu. E, inspirada nisso, em placa EVA decidi colar uma imagem da elefanta e de chapéus de vários feitios. Bastou desenhar numa folha branca, contornar com marcador preto e dar às piolhas para pintarem.Essa parte não correu muito bem pois elas queriam era andar a experimentar chapéus e não a pintar chapéus...
Este conjunto elefanta-chapéus ainda anda por casa, numa gaveta. O objetivo é seguir um pouco o final da história e... experimengtar chapéus!
A R. tem um talento incrível. Estou simplesmente apaixonada pelos seus desenhos - muitos deles figurarão na exposição que estou a organizar no âmbito da consciencialização do autismo, em abril. A R., além de autismo clássico, tem deficiência mental e epilepsia. Mas também tem imensa imaginação e faz desenhos incríveis.
Na minha recolha de desenhos e conversas com a mãe da R., houve um que se destacou pela imaginação e pela beleza que ela conseguiu colocar no papel. Na esperança que lhe possa trazer algum estímulo diferente mas agradável e alguma alegria, meti mãos à obra e reinventei a imaginação da R.
E este foi o resultado final. Só espero que ela goste. Não sei se é possível, mas tentei "imprimir" o máximo de carinho e alegria nas linhas e recortes.
Tentei ser o mais fiel possível ao desenho. Acho que nem ficou muito mal. Eu gosto e as piolhas também :)
Na sequência das inciativas aqui apresentadasque visam a sensibilização para a temática do autismo, venho apelar à colaboração de pais, cuidadores, professores, educadores, terapeutas, etc. de crianças com autismo , não importa a gravidade do espectro, que enviem desenhos elaborados pelos seus filhos (não importa a idade) com referência, tanto quanto possível à idade (por exemplo, num canto da folha escrever "E., 4 anos"), para o email info@t2para4.com ou t2para4@sapo.pt (vai tudo dar ao mesmo sítio).
O objetivo é expôr os trabalhos no nosso agrupamento de escolas e posterior envio de notícia para os jornais locais (e talvez regionais). Vou obviamente usar os muitos desenhos das piolhas mas não chega. Gostaria que a nossa comunidade visse que, tal como qualquer criança, os autistas também fazem desenhos - às vezes, até muito melhor! -, que conseguem aprender e ensinar, que são diferentes mas iguais a todos os outros.
Quem quiser colaborar neste projeto, poderá fazê-lo até dia 1 de abril. Basta enviar os trabalhos por email, eu imprimo e organizo tudo na escola. Os trabalhos podem ou não ser anónimos - indiquem essa informação quando enviarem mail.
O meu/nosso muito obrigada desde já.
E que tal escrever todos os nomes com que batizaram os seus póneis? Os privilegiados têm dupla nacionalidade com direito a nomes próprios em português e em inglês.
Assim, traduzindo:
- cherry berry = maria
- rarity = francisca
- lyra heartstrings = élia
- sunny rays = rosa
Foi só ir ditando as letras das partes do que não sabiam escrever...
A atualização do blog e resposta a emails e comentários seguirá dentro de instantes (vá, dias...)
Palavras para quê?
Só ajudei na definição dos olhos e da boca e insisti muito na pintura sem sair do risco e em preencher melhor enqquanto pintava. Tudo o resto foi feito por ela e encheu-me de alegria e orgulho porque ela só quer fazer meninas e princesas e meninas e princesas e a mãe a mana e princesas e meninas. É raro fazer desenhos sem figuras humanas. Tive uma agradável surpresa :)