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Já são muitos anos de vigília e atenção cuidada. E, nesta fase, a menos de dois anos da maioridade das piolhas, há coisas que eu já não tolero ouvir e não aceito.
No que diz respeito às nossas filhas, nunca fizemos nada de errado em relação aos diagnósticos que têm. Nunca. Aliás, fomos - fui! - sempre atrás de respostas e lembro-me claramente de referir sinais estranhos logo aos 9 meses de idade e de ninguém me ter ouvido. Afinal, era autismo... Se inicialmente senti uma culpa avassaladora, agora não sinto. Não posso fugir à genética, mesmo que quisesse; não haveria nada de diferente que eu pudesse ter feito desde a conceção até ao nascimento que viesse a evitar o autismo. É o que é e,no fundo, até tivemos muita sorte. Sim, soa um bocadinho a cenas judaio-cristãs mas é verdade. Podia ter sido imensamente pior.
O mesmo com a miopia/astigmatismo galopante de uma delas. O facto de só um olho ter, incialmente, dificuldades de acuidade visual, não deixava que ela mesma notasse algo de estranho na sua visão, pois o outro olho compensava as perdas. Mais uma vez, não sentimos culpa me relação a isso, não há nada que fosse feito de forma diferente que viesse a evitar este problema e estamos a resolver.
E, mais uma vez, o mesmo com a escoliose de ambas. Desde que notei que haveria ali uma pequena assimetria pélvica - tão pequena que todos me julgavam doida e fui duramente criticada quando marquei consulta com especialista -, que, em apenas dois meses, numa delas o grau passou de 42 para 43. Disseram, então, "escoliose idiopática do adolescente". Pedi 3 opiniões diferentes, incluindo a ortopedistas especializados estrangeiros que me enviaram relatório detalhado, e mantém-se o diagnóstico, o processo de ação e o desfecho que se avizinha. Sendo que "idiopático" significa "sem causa". Em 9 meses, depois de fisioterapia, natação específica, ioga e alongamentos específicos, o grau aumentou exponencialmente e, depois de muito estudar/investigar/falar com imensas pessoas que passaram pelo mesmo/conversar seriamente com a que será a nossa cirurgiã, aguardamos cirurgia. E mantemos tudo o que já estávamos a fazer. E também sabemos que, quando fizermos os exames preliminares, o grau terá aumentado novamente.
A outra também tem, embora diferente e com um grau bem menos significativo. Além de -ises e -oses vertebrais, a fisioterapia e exercícios posturais ajudam imenso. Vigiar, é palavra de ordem.
Logo, mais uma vez, não sentimos culpa em relação a esta condição, não haveria nada de diferente que pudessemos ter feito que resultasse em algo diferente.
Portanto, em relação a tudo isto, não me perguntem "E não notou mais cedo?" porque arriscam-se a levar com uma resposta muito pouco educada, bastante sarcástica e ao estilo palestra TEDtalk. Não tentem atribuir-me culpas que não tenho e não sinto.
Outra coisa que anda aqui a moer-me os fígados: elas não me estragaram a vida. Eu OPTEI racional e conscientemente por me dedicar ainda mais a elas, escolha de que não me arrependo e que não me impediu de ver o seu progresso e evoluação - algo que jamais teria acontecido se eu não o tivesse feito. EU é que escolhi esse caminho. E essa culpa que outros tanto querem jogar, também não recai nelas. Faria TUDO de novo, se voltasse atrás.
Resumindo: a culpa fica bem no confessionário. As nossas opções a nós nos cabem, ninguém controla a genética (ainda, neste campo), ninguém controla o imprevisto idiopático e, se sabemos do que falamos e do que nos calhou, ninguém tem o direito de duvidar ou questionar os pais e incutir-lhes um exagero/culpa/distorção que não existe. Não sabem o que dizer? Calam-se. Fazem melhor figura.
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No final desta semana vai ser submetido a votação final global o diploma sobre a autodeterminação da identidade de género nas escolas. Não tenho absolutamente nada contra quem não se identifica com o género com que nasceu (e já escrevi sobre isso, mas não esqueçamos a biologia e tudo o que isso acarreta) mas estamos a começar a confundir o que realmente é inclusão. E, desculpem lá, meus amigos, inclusão não é o Tó que em casa se assume e identifica como meninO mas, na escola, quer ser Maria e identifica-se como meninA e, já que a lei o permite, escolher ir às casas de banho femininas e balneários femininos. O mesmo pode acontecer com o género oposto.
Sou muito à frente em muitas coisas mas NÃO concordo com esta proposta. E desejo vivamente que não seja aprovada. Vamos imaginar o regabofe que vai ser: os miúdos todos misturados a fazer o que bem entendem, a abusar da sua (e da dos outros!) liberdade, alguns mais velhos a ameaçar mais novos, uns a troçar dos outros, uns a agredir os outros e, chego até mais longe, sim, alguém pensou no assédio? na perseguição? na hipótese de violação?
Deixem-me fazer uma pequena partilha pessoal: detesto ir a casas de banho públicas, incluindo as de shoppings; odeio mesmo balneários (quando fazia natação era um pesadelo para mim trocar o fato de banho molhado por roupa) e nunca tomei duches lá (nem quando fazia ginásio) - detesto mesmo. Odiava, desde miúda, as comparações de corpos entre colegas meninas. Não há privacidade nenhuma e estamos todAs perante o mesmo: mulheres e miúdas, tudo genitalmente igual. Agora extrapolem isto para um género misto.
Agora deixem-me propor este desafio: imaginem a vossa filhA, sossegada da vida, numa casa de banho, a mudar o seu tampão ou penso higiénico ou num balneário a mudar a roupa interior depois do duche (ou até no duche) mas estas instalações são mistas e partilhadas. Ninguém pensa na reserva da vida privada. A de uns e a de outros.
Não importa a idade, não importa o género, não importa nada, desde que haja inclusão.
Inclusão? Inclusão?
Meus senhores, inclusão é tratar antes e acima de qualquer coisa de cumprir a Constituição Portuguesa da República e cumprir os direitos que todos temos - incluindo a pessoa com deficiência.
Em pleno século XXI, ainda há escolas sem acessibilidades físicas (por que não pode o meu filho de cadeira de rodas entrar pela porta principal mas tem de o fazer pelo portão das traseiras onde só há pó e lama? Há casa de banho adaptada? Mesas? Portas com largura suficiente?); ainda há escolas com docentes com mentalidades retrógradas (ai, este menino, não pode ir fazer um secundário. Eu já dou aulas há 40 anos e já apanhei muitos casos e não eram assim. Não tenho de aplicar medidas. Ele qualquer dia vive de subsídios. Ele nem o nome escreve!); ainda há agrupamentos que recusam aceitar crianças com deficiência (não há recursos humanos nem condições para receber crianças assim. Mas a lei... Sim, mas o ministério não coloca mais ninguém); ainda há balcões da segurança social a transmitir informações erradas e desatualizadas a pais de/a pessoas com deficiência; ainda há programas de televisão não acessíveis a todos; ainda não há o cuidado de a própria Assembleia da República também escrever as suas leis em Comunicação Acessível (e não falo de CAA ou uso de pictogramas mas sim de palavras simples e diretas, textos concisos e menos rebuscados); ainda tem de haver uma política de proteção da mulher (da mulher!!!!!) porque ainda existe violência doméstica; ainda há milhares de pessoas sem acesso a cuidados básicos de saúde (direitos que estão na Constituição, lembram-se?) nem médico nem enfermeiro de família; ainda existe bullying nas escolas, nos hospitais, nos locais de trabalho; ainda há a promoção descarada da meritocracia, o compadrio, a cunha; ainda há o "dar um borrego para passar", noutra descarada corrupção; ainda não há cumprimento de prazos nem orçamentos em nenhuma obra (mas ai do contribuinte que passe 1h que seja depois do prazo); ainda há discriminação de género, racial, social, etária, financeira, literária, física.
Podia continuar mas estou cansada. Farta mesmo.
E anda este país a divergir atenções para casas de banho mistas e a dar azo a uma série realista de potenciais problemas graves quando há tanto mas tanto mais grave para resolver? Por favor, bastava criar um espaço misto extra, nada de extraordinário! Mas não misturem inclusão nisto!
Quando for altura de ir às urnas, pensemos no amanhã. Eu já tive de lutar por tantos direitos que são alienáveis. Vamos continuar nisto até quando?
E que não me venha ninguém chatear a moleirinha porque ah e tal mas és contra trans e comunidades tal? Não, não sou. Mas antes de viajarmos na maionese a pedir direitos que essas pessoas já têm e ninguém lhos tirou, pensemos nos direitos que outros também têm mas já foram - ou são - negados.
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Este ano estou numa escola nova (depois de uma pequena vida noutra) e os alunos são qualquer coisa de bom, a sério. E são muito curiosos e, claro, mesmo durante as aulas, enquanto nos organizamos (cadernos, livros, o meu computador, etc.), conversamos. Gosto muito deste pequeno "ritual" que ninguém criou e que surgiu espontaneamente. Creio que é bom para todos. Adiante. A certa altura, expliquei que estava à espera de um telefonema importante da escola das minhas filhas e que, por isso, eles ficariam a trabalhar um pouquinho enquanto eu atendia (explico sempre o porquê de eu estar disponível no telemóvel pessoal, sempre). E segue-se um pequeno momento:
"Que idade têm as tuas filhas?" - 16 anos
"Quantas filhas tens?" - duas
"As duas com 16 anos?" - Sim
"Ah, são gémeas?" - sim (eu tenho, este ano, 3 pares de gémeos 😃 adoro)
"São gémeas verdadeiras?" - Sim, são.
"E tu não te enganas a distingui-las?" "Oh, E. claro que não! A teacher é a mãe!" (não lhes disse que, se calhar, no meio da loucura extrema de noites sem dormir e fraldas e gritos quando tinham meses de vida, deveremos ter trocado uma pela outra...)
"E não tens mais filhos?" Não. E agora já estou um bocadinho velha para isso...
"Olha, teacher, a minha mãe ia ter 3 filhos mas o do meio não nasceu..."
"Também aconteceu isso à minha mãe. Eu podia agora ter mais irmãos mas a gravidez não avançou"
Sim, às vezes, com ou sem motivos, isso acontece. Também me aconteceu. Dói mas estamos aqui. Vamos trabalhar um bocadinho? Ok, let's go.
E serve esta conversa toda para quê? Para partilhar o que eles partilharam comigo: a perda gestacional de que, felizmente, cada vez mais se fala e cujo acontecimento deve ser sensibilizado. Acontece e tantas vezes nem sequer há uma justificação para isso... O que me surpreendeu mais foi o facto de os meus meninos terem conhecimento do que se passou com as suas mães, tal como as minhas filhas têm conhecimento de que, durante a minha gravidez delas estiveram sempre acompanhadas por uma bolsa vazia e que, em 2016, houve um bebé que não se formou. E isto é confiar, ensinar e sensibilizar, é envolver todos. A seriedade com que partilharam este momento tão íntimo e doloroso mostra que, apesar da sua idade, sabem do que falam e que doeu aos pais (se calhar, ainda hoje dói); mostra que não há vergonha em dizer que aconteceu e que acontece com imensas mulheres; mostra que os tempos estão realmente a evoluir e que se encara a perda gestacional, independentemente de quando acontece, como uma perda em que há dor e um luto a fazer; mostra que um filho nunca é substituível e todos entram na família; mostra que há ali um sentimento de amor da parte de todos; mostra que se fala abertamente da realidade.
Quando eu digo que ensino crianças (e que até é a faixa etária que prefiro) mas que também aprendo muito com elas, poucos acreditam. Mas é a mais pura das verdades. Esta semana aprendi, com eles, que a resiliência infantil vai muito para além do que possa acontecer diretamente com eles próprios e que os momentos de partilha (de parte a parte) são também uma pequenina parte do processo ensino-aprendizagem. É uma relação de dar e receber, sempre.
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O moço dos Green Day pede para só o acordarem quando setembro acabar, nós começamos em celebração ao estilo ano novo - alias, para quem como nós (o coitado do marido vem de arrasto) vive em formato anos letivos, não entende lá muito bem o porquê de um janeiro que nem a meio chega a vir... Portanto, este ano foi mesmo um Feliz Ano Novo em setembro e juro que para o ano compro confetis e foguetes de bolos. Em 2023-2024, todos vamos ter novos começos, novas aprendizagens, novas turmas e colegas e um novo ano, pois claro. Decisões extremamente bem pensadas e estudadas durante o verão e frutos que esperamos colher desse esforço.
O verão foi cruel, como diz aquela música. Foi-se embora e nem nos deixou despedirmo-nos decentemente. Mas foi, mais uma vez, tempo de aprendizagens e nós somos mestres nessa arte. Nesta fase, creio que seria justo já uma graduação honoris causa em várias mestrias. Ora, então, entre idas rápidas a rios e piscinas locais, picnics fantásticos e imprevistos, concertos (sim, no plural) que me fizeram sentir que já compensei a minha Noite do Cortejo de há mais de 20 anos com um sabor muito mais especial por ter as piolhas comigo e a brutalidade fenomenal do espetáculo que foram os Hybrid Theory (a banda de tributo aos Linkin Park), este verão decidimos que havia coisas que tínhamos de ser nós mesmos a fazer. E é aí que entra o nosso espírito meio louco e desenrascado e de horas de pesquisa (como é que nós vivíamos sem net, como??? Viva o Youtube, minha gente!).
Continuamos a potenciar a autonomia e independência das nossas filhas, a vários níveis, apesar de ainda termos muitas coisas para treinar e aprender. Apesar de terem a permissão e a flexibilidade para poderem sair com quem quiserem e para onde quiserem, cumprindo regras básicas, obviamente, às vezes, mesmo connosco, não o querem fazer. Não são miúdas que queiram ter uma vida social estrondosa fora de casa. Claro que, naturalmente, acaba por nos poupar cabelos brancos, horas sem dormir e rugas de preocupação, mas as coisas são o que são e respeitamos e aceitamos as suas decisões e opções. Ficam sozinhas em casa? Tal como qualquer adolescente minimamente responsável e respeitador, sim, claro que sim. E é uma extrema confiança nelas e para elas.
Decidimos poupar mais de quatro dígitos de reparações automóveis, depois de um subsídio de férias ter sido friamente arrancado da nossa posse because reparações, e aprendi coisas como reconstrução de cabos elétricos, cravar terminais elétricos e distinguir os vários tamanhos, formatos e medidas, verificar passagem de corrente e utilizar as várias opções de um voltímetro, achar o máximo ao uso de manta retrátil e cuidados com a pistola de ar quente, montar e desmontar coletores de escape e parafernália acessória (what??? Mas que raio andaram eles a fazer? Eu explico: reconstruímos toda a parte elétrica do motor do meu carro. E sim, os mercedes dos anos 90 realmente fazem um milhão de km mas tem de ser muito rápido e nunca demorar 30 anos menos de um quarto disso, ok? E digo eu com total conhecimento de causa porque problemas crónicas will be problemas crónicos), trocar módulos chatos de portas (o que implicou desforrá-las - é uma treta, vão por mim) e atentar na posição de espias e fechaduras (desta feita, na viatura alemã millenial do marido) e mais umas cenas que nem sei bem como se chamam mas que já vi como se fazem e nenhum mecânico me leva a melhor na revisão ou substituição de algumas coisas, ah pois é que isto do ser classe média trabalhadora pagadora de impostos manda desenrascar. E com a gata sempre a vigiar, sempre.
Aprendi imenso também sobre algumas tradições britânicas em relação a festividades que assinalo com os meus alunos e que tenciono reproduzir e abordar, ao devorar episódios atrás de episódios da série "Call the midwife". Fiquei fã e fascinada. E terminei, não aquele sabor terrível que a série "Lost" deixou, mas com muitos mixed feelings a série "The Blacklist".
Li menos do que queria e escrevi muito menos do que queria. Mas permiti-me descansar muito e sempre que precisava de o fazer; abracei aquela coisa do self-care e teve mesmo de ser. E incitei as piolhas a fazê-lo também. Férias são férias e têm de servir para descansar, recuperar, relaxar, sair com as amigas, beber um copo, tomar um café fora, dizer "hi, Barbie!" sempre que víamos alguém de cor de rosa e rir muito, ir ao sushi e aos hamburgueres, humilhar a gata com cartazes "cat shamming". Pela 1ª vez em quase 30 anos voltei a mergulhar na piscina mais gelada que conheço, onde estivemos já quase de noite, quase depois do pôr do sol, num silêncio de pessoas, num espaço quase só nosso. A coisa mais fantástica que fiz, sozinha, foi servir de tradutora oficial de um casamento pelo registo civil. Foi incrível e indescritível e fiquei tão feliz como se do meu casamento se tratasse, trouxe-me memórias tão presentes, foi único.
Fizemos muitas coisas diferentes, imprevistas, doidas e criámos memórias. Não foi um verão perfeito mas foi único. E isso preparou-nos para este ano novo que começamos este mês. E que nos traz tantas coisas boas que só temos de ser gratos e aceitá-las com sorrisos largos.
Feliz Ano Novo!!
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18-07-2023
3*
"A Brave New World" mostra-nos mais uma distopia: o mundo ideal, construído à medida, sem necessidade da intervenção natural das coisas. Há autênticas fábricas de produção de bebés, todos gémeos idênticos, geneticamente modificados para serem encaminhados e programados para os diversos tipos de trabalhos a realizar nesta sociedade. Os selvagens são os humanos tradicionais, por assim dizer... Isolados numa ilha, distantes, sujeitos à religião e crenças pagãs, numa mixórdia de valores, fanatismo e não evolução que contrasta terrivelmente com a sociedade perfeita e totalmente planeada que não aceita falhas.
É uma leitura perturbadora, confusa e com laivos de "Matrix" mas que não me apaixonou com a distopia orwelliana (talvez por esta, infelizmente, estar mais próxima de nós...).
No entanto, considero que é uma obra que deve ser lida, pelo menos, uma vez na vida.
27-07-2023
5*
"Vozes de Chernobyl": as que se calaram para sempre e as que ficaram, as que sobreviveram e as que morreram, as que são contra o Oeste e as que falam do que realmente se passou. É uma leitura difícil, real, verdadeira e que nos impele para um sentimento gigantesco de impotência e de nada porque não há absolutamente nada que possamos fazer.
Fomos todos sujeitos à radiação de Chernobyl, de uma forma ou de outra, em 1986, porque os ventos empurraram a nuvem que se formou e que esteve em composição por quase 4 dias de reator exposto.
É importante conhecer para não esquecer. Há os que não saíram nunca da sua terra e ainda por lá estarão hoje, há o que foram evacuados e nunca mais voltaram.
Ficamos a conhecer casos atrozes de corrupção profunda, de desvio de metal altamente radioativo para venda (quando deveria estar enterrado), alimentos que foram transformados mesmo depois da explosão do reator e de tudo ficar contaminado, há relatos de equipas de caça aos animais domésticos que ficara, para trás, há relatos de dor, de miséria humana, de desrespeito pelas leis da física e da humanidade, há relatos de crianças que nunca viram outras paredes que não as de um hospital e que não sabem o que é ter cabelo e que acreditam que morrer é adormecer para sempre e que creem que a sua esperança média de vida é de 7 a 8 anos... É duro e doloroso... mas é importante saber para não esquecer. Nem repetir.
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