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Acho que estou a perder a capacidade de ser simpática.
Não para com crianças, que são o público-alvo da minha profissão e são elas que me dão algum ânimo neste trabalho tão mal visto e recompensado. Para com adultos.
Custa-me ter que representar uma simpatia forçada para quem não é nada simpático para comigo ou para com as piolhas. Ando tão farta de levar patadas de tantos lados que não sei o que o que é ser simpático ou querido para alguém e, nem sempre, revejo esse retorno da outra parte.
Acho que as pessoas confundem piedade e coitadinhice com simpatia e auxílio. E eu não preciso disso, nem as piolhas.
Ando sempre tensa, à espera do próximo golpe e de como o receber sem me magoar. Já me começam a chatear os silênciso quando entro em algum lado, as brincadeiras parvas de recusas de espaços de trabalho ("ah nao pode trabalhar aqui que este espaço é meu... Estou só a brincar! Vá lá, então!"), o ignorar a minha presença, etc... Claro que, se o fazem quando ando sozinha e estou a trabalhar, não faz sentido nenhum que essas mesmas pessoas já me conheçam quando estou noutros contextos ou acompanhada pela minha família.
E, pergunto-me eu, que mal fará se uma criança autista não entende os sinais de integração ou recusa social... Por que temos que nos esforçar tantopara agradar aos outros? Por que temos que arranjar estratégias para ensinar estas coisas tão ingratas e dificeis até para adultos e fazer disto uma chapa 3? E, já agora, quem ditou que tínhamos que obedecer a estas convenções sociais e fazer conversas de conveniência da treta que para nada servem? Falar do tempo??? Please! Se eu quiser saber como está o tempo, vou à página da metereologia!!
Pffff, um desabafo desorganizado, tal como ficou o meu espírito mal regressei ao trabalho...