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Quem me conhece minimamente sabe que não consigo ter as coisas (seja mobília, objetos de decoração ou mesmo paredes) na mesma durante muito tempo. E quanto pior eu andar da minha cabeça (entenda-se: enxaquecas quase fulminantes, ansiedade que provoca crises de falta de ar e choro por todo o lado), mais necessidade sinto de me virar para algo que me ocupe as ideias e puxe pela criatividade e esforço físico. Claro que o marido acaba por ser arrastado nestas minhas andanças e as piolhas acabam por achar imensa piada a isto.
Temos muitos planos para tornar este nosso T2 num cantinho ainda mais especial para nós. Não somos adeptos do minimalismo mas há determinadas formas de estar que adoptámos: menos tralha para limpar ou expor (é a nossa casa e não um museu), não entra nada novo sem que algo velho saia (por exemplo, comprámos um novo móvel de wc para substituir o antigo que apodreceu no fundo. Este é maior e mais largo, o que proporciona uma arrumação mais organizada e eficaz), utilização racional e organizada de todas as divisões e, acima de tudo, pensamento lógico: eu adoraria ter uma casa enorme mas para quê? Daqui a uns anos (esperemos que sim!!!), as piolhas farão uma vida independente e tratarão de gerir a vida delas à sua maneira e, nesse caso, para quê um casarão com 5 quartos e 2 salas?
Outra aspeto que temos tido em conta é a ponderação das alternativas que existem: eu adoraria ter colocado pedra em algumas paredes da sala mas o meu pai (que entende do assunto) avisou-me logo de que, além de muito dispendioso, teríamos que fixá-las muito bem (o mais certo era nem podermos ser nós a fazê-lo), colocar verniz em cima e, por muito bonito que ficasse, aquelas paredes seriam sempre um acumulador de pó. Como já tinha experimentado no quarto a técnica do betume com a tinta, foi só adaptar para a sala. E ficou fantástico!
A lareira (que já tinha mostrado antes):
E a parede, numa foto já com o enquadramento da sala. Aproveitei para fazer alterações à decoração do aparador (que, apesar de tudo ainda se encontra fechado com atacadores... Mas, do mal o menos, já lhe retirei um e as portas parecem algora "normais").
Durante um fim de tarde, lá andei eu munida de espátula, betume e tinta, toalhetes e escadote. As piolhas deliravam e andavam excitadíssimas. Queriam ver o resultado final, soltavam exclamações de "uau" e "que parede muito mais bonita!". Tenho um pequeno público crítico em casa :)
Mas, apesar das mudanças - que dão logo outro aspeto ao espaço -, achei que ainda não era suficiente. Depois de ter alterado a disposição dos bibelots, desaparafusei algumas portas e gavetas ao móvel da TV (um belo molho de lenha, como lhe costumo chamar pois ainda não há verba para comprar um em condições) e coloquei-o mais simples. Depois foi só preencher - de forma básica - os espaços abertos com fotografias e livros/coleções de DVD. Obtive a aprovação das piolhas que também queriam experimentar a chave de parafusos.
E, para terminar, dada a combinação de cores e motivos que identificam a nossa sala, um dos quadros saiu para dar lugar a este, que pintei em dois serões:
As piolhas continuam a reagir francamente bem às mudanças que fazemos em casa, talvez por serem uma constante desde que nasceram (por exemplo, o quarto delas só ficou pronto quando já tinham uns 5 meses) e nunca ficou na mesma por muito tempo por causa da mudança de camas e do local do banho e da arrumação das roupas e dos ovos, etc.
Acho que partilham um pouco do nosso gosto por estas pequenas alterações controladas e organizadas num ambiente que lhes é familiar e daí a boa reação. Talvez lhes dê para serem designers :)