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Faz parte dos nossos planos sair com as piolhas para fazer percursos pedestres e percorrer algumas rotas indicadas e sinalizadas na nossa serra. Achoq ue, quer pela proximidade com a Natureza quer pelo passeio em si, as piolhas só têm a ganhar.
Mas... tinha que experimentar levá-las a um ambiente desse género antes de nos metermos em aventuras. Perto da casa dos meus pais há alguns pinhais por onde me aventurei imenso quando era miúda e onde costumávamos ir apanhar pinhas com amigas ou com a minha irmã. Esses pinhais ainda existem e pedi ao meu pai para ir connosco. Sugeriu um que está limpo e foi uma preciosa ajuda com as piolhas pois elas, já se sabe, têm uma noção muito reduzida do que é perigoso e não quis ir sozinha com elas.
Assim, recolhemos folhas das árvores do pinhal (que tem bem mais do que pinheiros) e arredores, encontrámos alguns frutos no chão e um vaso de resineiro quase intacto (que trouxe comigo em memória de um trabalho que fiz num museu etnográfico em tempos idos) - que acabou por servir para colocar figos que apanhámos no quintal, depois -, aprenderam-se os nomes das plantas mais comuns da nossa serra e passámos um bom bocado.
As piolhas correm muito, óbvio, o que lhes valeu algumas quedas em raizes e a aquisição de que a caruma pica e talvez seja boa ideia andar mais devagar; o avô teve que ir buscar uma delas à orla do terreno (fica uns 2 ou 3 metros acima da estrada) e fazer cara feia dizendo que para ali não se podia ir; eu recolhi muitas folhas e afins para o nosso trabalho em casa.
Saídos do pinhal, viemos pelo quintal abaixo e apanhámos maçãs vermelhas sumarentas crunchy bem como figos pretos e ganhei uma abóbora para servir de panela de ir ao forno (uma aventura culinária para mais tarde).
Em casa, ensinei as piolhas a decalcar as folhas com lápis de cera e foi muito bom ver a cara de espanto delas ao verificarem que conseguiam fazer uma cópia exacta de todos os pormenores das folhas. Escolheram as cores e, à medida que iam mudando de folha, eu dizia-lhes que eram de castanheiro ou medronheiro ou carvalho ou videira, etc.
No final, fizemos colagens e fitacolagens das folhas e dos frutos e afins (com cola quente - eu fiz. Elas, além de terem tido medo do aspeto da pistola de cola quente, perceberam que era perigoso mexer naquilo) e a respetiva identificação, numa cartolina.
Quando o pai chegou a casa, fizemos uma revisão do nosso fim de tarde com o avô - no pinhal - e em casa - comigo -, o que serviu para recapitular e interiorizar melhor os nomes das plantas e que tipo de frutos dão, como se chamava o local onde estávamos e que, por acréscimo, que é importante cuidar da natureza.