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Foi tudo menos um ano que possa dizer "é pá, foi fácil e correu bem". Nopes, nada disso. Foi um ano muito complicado em termos pessoais, familaires e profissionais. Foi um ano que me obrigou a tomar decisões pesando muito bem o que queria fazer num futuro próximo.
2012 começou mal mas, até aí, já 2011 tinha começado mal (como marido de cama com uma infeção pulmonar) e não melhorou nada no 1º trimestre, bem pelo contrário: passámos quase um mês a cuidar e a tratar de febres e acabei com uma das piolhas no hospital a fazer pufs de ventilan de urgência, noites perdidas e horas de zombificação total, bocas foleiras no emprego sobre a minha dedicação à família (cá para mim, dor de corno dessa gente), orimeiro internamento de uma das piolhas, cabeças partidas e despesas absurdas para com o trabalho que exercia na altura, sentimentos de depressão a puxarem-me cada vez mais para o fundo. E eis que surge março: consulta de autismo e retirada da medicação, vitória sobre o autismo. Vitória bem amarga e ilusória porque as piolhas passaram do 80 para o 8 num ápice e foram 2 meses de pura angústia. Em maio regressamos à risperidona e as auto/hetero-agressões desaparecem.
Tal como o uso de fraldas à noite e o aceitar do lavar os dentes. Num instante e sem complicações. Absurdamente fácil e bem feito. Boa piolhas!
Para atenuar os desgostos e as sensações de impossibilidade e as revoltas, as ondas de decoração e mudança ocorreram muitas muitas vezes em casa e no blog ao longo do ano. Frequentaram-se e voluntariou-se trabalho para ações de formação e celebração de datas especiais como o dia internacional da pessoa com deficiência, prepararam-se lembranças de aniversário e discutiram-se questões de segurança em relação às piolhas cá em casa, assistiu-se ao lançamento de um disco e de um livro de amigos que são verdadeiramente amigos, manteve-se a organização mensal de ementas.
Passámos pelo horror e pela profunda decepção de saídas que correram para lá de mal, por um verão terrível por termos que nos aturar todos uns aos outros horas demais/dias demais mas, em compensação, conhecemos o prazer de continuarmos a fazer atividades conjuntas: explorar a natureza, descobrir a história local, delirar com as idas à piscina, cantar em inglês, pintar com todo o tipo de materiais, ler e ouvir muitas muitas histórias, criar uma cápsula do tempo com as nossas coisas atuais para abrir só em 2025.
Recusei seguir a carneirada e ser humilhada com um contrato de trabalho que me prejudicaria dia após dia e me levaria todos os euros que ganhasse e fiquei desempregada. Destino ou coincidência, o Estado achou-me mal empregada para estar em casa e põe-me numa ocupação temporária na escola para onde irão as piolhas jé em setembro de 2013. Os seus altos e baixos mostram-nos que, todos os dias, um dia de cada vez, é uma luta e que, às vezes, vemos os resultados e outras vezes não. Tivemos quebras (paredes pintadas depois de anos de ausências, estereotipias que regressaram, hiperatividade hiperativa) mas muitas etapas alcançadas (regressão de estereotipias, evolução na comunicação, melhoria da linguagem e comunicação aumentatita e afetiva, consciência fonológia mais acentuada, leitura, escrita. Continuámos a ter presentes as pessoas que nos são importantes.
Adiámos - mais uma vez - viagens e estadias em locais que desejamos visitar por consciência de que ainda é cedo para as piolhas mas ficámos a saber que nunca é cedo demais para crises de pré-pré-pré-adolescência.
Rimos e chorámos. Evoluímos e crescemos uns com os outros no t2.
Ouvimos músicas que não nos saíram da cabeça durante meses e que cantamos aos gritos no carro: Princess of China, Iris, Somebody I used to know, Paradise, One more night, We are young.
Fomos, apesar de tudo, felizes.
Que 2013 seja um ano mais calmo e nunca pior que o anterior.
Para todos, um exc0elente 2013 são os votos do t2.