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E evitar que a história se repita.
Há 70 anos atrás, o mundo descobria, de forma nua e cua, os horrores escondidos de uma guerra longa demais, terrível demais, mortal demais. Ainda hoje, depois de tantas horas de estudo sobre o assunto, de tantos documentários visualizados e artigos lidos, me choca e me espanta e me indigna a capacidade destrutiva que o ser humano tem contra os seus semelhantes. Nunca pensei que fosse possível descer mais baixo do que o baixo e ser-se tão pouco humano, tão pouco.
Mas a memória que deveria proteger o futuro e evitar que outros holocaustos se repetissem parece falhar, de vez em quando, e vamos vendo massacres, genocídios e fins sem sentido... E há sempre um personagem que tenta armar-se em Hitler e tentar subjugar o mundo e renega existências históricas, ofendendo, assim, a vida humana, os sobreviventes do horror.
Por muito que tente, há coisas que jamais entenderei... E, honestamente, quando chegar a altura não sei o que explicar às minhas filhas... Será correto retirá-las de um mundo seguro - embora isolado e socialmente limitado - para o nosso mundo? É isto que se supõe ser-se "um ser social"?
A História não é ficção. Estudá-la é um excelente remédio contra perdas de memória.
Janeiro é um mês de comemorações, mesmo quando surgem depois das Festas. Foi o mês escolhido, por nós, há dez anos para casarmos. E o 1º registo de casamento na nossa localidade em 2005.
Apesar de acharmos que 10 anos mereciam algo inesquecível, as circunstâncias atuais não nos permitem extravagâncias nem ausências (trabalho e escola), pelo que, ficámos apenas - para já - com uma comemoração familiar e caseira, muito home made by us.
10 anos é imenso tempo. Vivemos coisas incríveis a dois e depois a quatro. Passeámos e viajámos imenso. Planeámos imenso. Trabalhámos imenso. Comprámos e vendemos coisas. E continuámos a planear e a trabalhar. Fomos pais. Fomos pais de gémeas. Enfrentámos adversidades que não desejamos a ninguém. Sempre juntos.
Confesso que, às vezes, duvidava que conseguimos aguentar tanta coisa, apenas e somente os dois. Mas acho que o segredo é ser mesmo esse. Confiar e seguir. Conversar e ser honesto. Amar e ser amado. Sem pedir nada em troca.
Orgulhamo-nos de ser do contra: contrariámos estudos que diziam que x% dos casais se divorcia quando são pais de gémeos; contrariámos mais estudos que diziam que x% dos casais não passa dos 7 anos de casamento; contrariámos estudos que diziam que x% dos casais não aguenta o casamento quando os filhos são diagnosticados com qualquer coisa; contrariámos estudos que diziam que o autismo é a maior causa de divórcio entre x% de casais; contrariámos estudos que diziam que x% dos casais não aguenta a vida familiar com a vida doméstica com a vida pessoal com a vida profissional.
Nem sempre foi fácil gerir tensões e pequenos conflitos que surgiram mas esforçamo-nos para que coexistemos num ambiente saudável e harmonioso, para que as nossas filhas cresçam rodeadas de amor e compreensão mesmo quando há situações tão complicadas para resolver. Queremos, acima de tudo, que as nossas filhas percebam que a norma é darmo-nos bem e amarmo-nos.
Com a celebração adiada para o verão (talvez... é no que dá casar duas vezes com a mesma pessoa), contei com a ajuda das piolhas para termos um ambiente festivo em casa. O menu não foi nada de especial mas optámos por um prato de que gostássemos muito.
Então:
- canja (a pedido das piolhas que adoram canja)
- arroz de cabidela
- bolo de aniversário
E, já que era para ser especial, toca de experimentar a pasta americana. Afinal é mais fácil de trabalhar do que pensei. Vi uns quantos vídeos no youtube sobre como amassar, alisar e moldar e arrisquei. Comprei pasta branca e colorida. Fiz um bolo de iogurte banalíssimo (com aproveitamento de umas bananas já demasiado maduras), cobri com leite condensado, recheei de leite condensado, depois de frio, e cobri com a pasta branca, enrolada no próprio rolo da massa. Alisei tudo direitinho, de modo a ficar sem grumos/emendas/falhas/dobras e cortei o excedente com um cortador de pizza. Amassei e guardei essa pasta, embrulhada em película aderente, na despensa até voltar a precisar.
Com cortadores em forma de coração, de vários tamanhos, cortei a decoração, passei os corações pequeninos por açucar refinado e apliquei, levemente humedecida com água. Levei ao frigorífico et voilà. Mais simples do que pensei.
E as piolhas encaram tudo como um aniversário com direito a "parabéns" e velas sopradas.
Outros planos estão pensados para este ano, se tudo correr de feição. Nessa altura, fazemos de conta que (re)comemoramos.