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... mim!!
Sem guião nem peça nem ensaio nem ajuda cénica nem cenário fixo, por mero improviso, consegui - precisei... - de pegar no carro e conduzir pelo meio de um trânsito maluco, ir à farmácia aviar uma receita eletrónica (gosto, sem ironia), ir às compras e encontrar meio mundo que me conhece e decide meter conversa (eu percebo que não é por mal mas há dias que...), voltar para casa e almoçar, sair para ir buscar as piolhas, ir trabalhar, receber encarregados de educação, gerir papelada, ir buscar o jantar e encontrar o restante meio mundo e ter que entabular e conversar e regressar a casa, jantar, estudar para a ficha de amanhã por mais de uma hora e tratar das piolhas para uma noite de sono. Sorriso nº 0790946896, faixa nº 86876 da playlist "Bons costumes, boas maneiras e conversa em piloto automático" enquanto o cérebro grita "ahhhhhhhhh!!!!!".
Depois de ter lido os resultados da avaliação da escala de Ruth Griffiths.
E de continuar a odiar números e a perceber por que sou, sem dúvida, uma gaja de Letras.
ya ya blá blá blá mi mi mi whiskas saquetas é só uma avaliação e os números e coiso e bah e tal e a evolução e o trabalho e não se parece nada e os normais e assim e coiso e não é um cancro e não é uma deficiência física e assim.
Eu sei isso tudo, eu já li e ouvi isso tudo, eu até aceito isso tudo e sei que quem nos tenta animar é querido e carinhoso e não é por mal mas... aquele choque nunca passa. Mesmo quando penso "ah e tal, ca cena fixe, se eu pensar nisto tipo 'tenho 35 anos mas todos me dão 28, é fantástico ter um desfasamento etário! Eu até me sinto uma jovem de 20 e tais!'". Acho que, infelizmente, não deve funcionar bem assim quando tratamos da área neurosomething something dos nossos filhos... Por isso, a menos que um desfasamento de desenvolvimento de cerca de 2 anos (a contar pela altura da realização da avaliação) me possa dar borlas em entradas em monumentos, piscinas, parques e afins, sorrisos genuínos lá fora e boa disposição a potes não será coisa que a que se assista brevemente - exceto se e quando entrar em piloto automático e começar a representar para o mundo. E, como honestamente, em 11 anos de casamento já comprei serviços de copos e pratos que davam para 5 famílias e não me apetece gastar mais dinheiro nessa área doméstica, só me ocorre que, por muito que nos esforcemos, aquele -ismo, está sempre um bocado mais à frente do que nós e continua a provar que nos consegue roubar os filhos. Obrigadinha, pá. Um querido, portanto. É o ator frustrado que quer o papel principal numa peça que não foi escrita nem para si, nem sobre si, nem conta consigo; é o ator que não nos manda à merda antes da estreia porque espera substitui-nos na peça - como personagem principal.
E a escola, pá? A escola espera. Esse palco de atuação verá a adenda e errata ao guião ligeiramente mais tarde. Porque primeiro estou eu e os meus. E eu e os meus precisamos de tempo para nós, de (di)gerir as coisas, de reforçar apoios - em casa -, analisar onde há mais dificuldades para que posamos combatê-las. Quando isto já estiver sedimentado (tipo, rocha), a escola e restante equipa - o que nos inclui a nós - teremos mais do que tempo para retificar estratégias, atualizar documentação, agilizar processos. Preciso de 48h. É tempo suficiente para deixar a coisa kick in.
Posto isso, venha de lá o Óscar porque, aqui para nós, duvi-dê-ó que alguém tenha percebido o tumulto que para aqui vai. E que pode rebentar se mais alguém me diz que tenho um aspeto cansado... Sim, eu sei até porque tenho espelhos em casa. E maquilhagem.
Além disso, apesar das boas intenções, duvi-dê-ó que alguém imagine o que se sente - a menos que passe por isso.
Por esta ordem, sim? Cafeína - óscar- cafeína - um pouco mais de cafeína - tempo livre - ocupar a cabeça (palavras cruzadas ou ler ajuda). Cafeína. E a porra de umas aulas de representação ao estúpido do -ismo.
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