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A 10 de dezembro celebrou-se o 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Uns meses antes, a nossa terapeuta ocupacional enviou-nos um link com a informação de que a ONU estava a promover um concurso de desenho para crianças sobre os direitos humanos. Talvez as piolhas quisessem participar. Achei uma excelente ideia. Uma das piolhas não quis participar mas a outra demonstrou um enorme interesse até porque, a pedido da mesma terapeuta, já tinha feito um desenho alusivo ao que, para ela, é a inclusão em contexto escolar. Avisei-a de que, a par com ela, participariam milhares de crianças e que as suas hipóteses de ganhar alguma coisa ou de o desenho ser selecionado seriam mínimas mas que, ainda assim, a participação neste concurso seria uma experiência diferente. Depois de retocar o desenho, legendou com o artigo 1.º: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”.
O desenho não está completo e está longe de representar tudo o que desejaríamos mas dá para perceber que ela tentou abordar a questão da neurodiversidade, da deficiência bem como até da cor de pele. Para ela – e para mim – o facto de haver meninos e meninas neste grupo que se dirige para a biblioteca escolar, mostra bem o ambiente escolar que deveríamos todos ter bem como o que deveria ser inclusão. Nada forçado, nada regulamentado por toneladas de papel, nada de cruzes em grelhas de avaliação, nada de adultos a impor ou a influenciar o que quer que seja… apenas, um grupo de meninos e meninas, numa escola, a caminho da biblioteca escolar, sem que as suas diferenças importem ou tenham peso na relação que têm entre si.
O desenho da piolha não foi selecionado, talvez por erro meu na altura da participação, talvez por não preencher os requisitos pedidos pela organização. Mas, para nós, já ganhou noutros campos.

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