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Victoria Hislop traz-nos a continuação de "A Ilha" com este seu recente "Uma noite de Agosto". Centra-se, mais uma vez, nas personagens centrais da sua última obra: Anna, Manolis, Maria e personagens alargadas: Nikos, Andreas, Giorgios, por exemplo.
A ilha de Spinalonga acaba de perder os seus habitantes, aí enviados, não para morrer, mas para viver com a lepra. A cura foi descoberta, as pessoas exiladas recuperaram e voltaram às suas terras natal. Alguns com marcas, outros sem nada que denuncie a condição curada mas todos o estigma.
A lepra não é uma epidemia, nem uma praga bíblica e pode estar dormente durante décadas. Erradicada na Europa e países desenvolvidos, é ainda muito frequente em países mais pobres e subdesenvolvidos, onde ainda grassa a vergonha e toda a ostracização associada, o que impede o rápido e correto acesso ao medicamentos que, de facto, curam.
Maria, curada, regressa à sua aldeia, Plaka, de onde se vê a ilha onde esteve exilada, deveria estar agora pronta para retomar a sua vida, ao lado do médico que a salvou. Mas, quis um crime passional ditar-lhe uma mudança radical na sua vida e ela terá de se adaptar e tomar uma decisão muito difícil.
Manolis, amante da sua irmã, sai de Creta e recupera do seu coração partido no continente, antes de embarcar de vez e para sempre, para a Austrália, onde já vive uma grande comunidade grega.
De vivências da ocupação nazi, às anteriores invasões otomanas, à lepra, temos uma panóplia de temas que são abordados de forma humana e quase palpável. Porque as memórias ainda vivem.
Uma escritora notável. Recomendo.
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