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Os temas de que muito poucos querem falar na adolescência e que, no entanto, tão necessários são: bullying, orientação sexual, identidade sexual, amizades, namoro, relação com os pais/tutores, escola, exames, aulas, viagens de estudo, doenças mentais (distúrbios alimentares, automutilação).
Fui apresentada a esta série, em BD, pelas minhas filhas, ativistas por um mundo onde não sejamos discriminados por não seguirmos o que alguém/alguéns denomin(ou)aram como norma. Nick e Charlie são um casal que se vai conhecendo, que vive o seu namoro como qualquer outro casal e que não impõem a sua relação a ninguém, que têm um grupo de amigos, famílias, professores. Apesar de algumas reações homofóbicas e bastantes deceções, acaba por conseguir levar a sua relação a sério e viver sem se martirizarem com o que os outros poderão pensar. É mais difícil do que se pensa perceber quem somos, mostra-nos Nick. E é verdade.
Temos uma visão de uma sociedade onde a inclusão pode existir se nos esforçarmos: é possível respeitar a comunidade LGTBQ+, é possível ajudar alguém com uma doença mental, é possível sermos quem somos só por respeitarmos os que nos rodeiam.
Acabo por entender porque o livro 1 foi incluído no nosso Plano Nacional de Leitura. Há muito mais do que a vista alcança na adolescência e esta série é escrita pelos olhos do adolescente, das suas vivências, dos seus medos, das suas relações, das suas reações.
Gostei e recomendo. Lê-se de uma assentada só e acaba por ensinar algo.
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É uma narrativa forte, bastante emotiva e que revela uma realidade pós 2ª Guerra Mundial, nos gulag soviéticos, na Sibéria. São realidade diferentes e, ao mesmo tempo, semelhantes - afinal "o trabalho liberta"...
Cilka já aparece no anterior livro "O tatuador de Auschwitz" e aqui, na sua viagem, vemos o que se passou depois da libertação dos campos de concentração nazis. Cilka faz o que precisa para sobreviver, tem fogo de vida, não quer morrer. E viajamos com ela nos comboios até ao campo, estamos com ela nos barracões, vêmo-la a aprender mestrias novas para compensar ter sido uma mão na ajuda da morte "naquele outro lugar", vêmo-la a ter a vida que merecia, sabemos que é capaz de amar.
Não vou entrar em detalhes pois tem de se ler para se sentir, para aprender, para apreender e evitar que a História se repita. É inconcebível seres humanos serem tão desumanizados de essência para com os seus semelhantes. Apesar do final feliz, é uma história real, com pessoas reais, num momento histórico real. A ler, sem dúvida.
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Duas - talvez três - estórias paralelas:
- Freud visita, pela primeira, última e única vez, Nova Iorque (a Nova Iorque do início do século XX, ainda a receber centenas de imigrantes europeus), com os seus discípulos, para uma série de palestras sobre psicanálise. Temos, pois, tudo o que a Freud diz respeito: interpretação de sonhos, repressão sexual para explicação de quase todo o distúrbio mental e complexo de Édipo a rodos.
- Depois de enxotado do Instituto Legal pelo médico legista, o detetive Littlemore decide investigar mais a fundo o assassinato de uma jovem e o ataque a outra que são idênticos: chicotadas nas pernas e nádegas e asfixia com uma gravata de seda branca.
- as sessões de psicanálise a uma jovem da alta sociedade americana, atacada na sua casa, que perde a voz e a memória e cujos traumas que desencadearam estes sintomas, o jovem dr. Younger terá de analisar.
É um livro com muitos turn-twists que dão uma sensação boa de suspense e nos faz querer saber o porquê daquele comportamento, o contexto daquele ataque, a visualização da ponte de Manhattan em construção, a saída sub-reptícia de prisioneiro da cadeia de Sing Sing. Também rebolamos os olhos com as visões de Freud mas é muito interessante tentar perceber onde estão os factos e onde está a ficção.
Gostei da leitura, gostei da viagem rápida à sociedade da Golden Age americana e gostei da resolução final do crime e de como as três estórias, afinal, estavam todas interligadas desde o início.
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