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2 - 2023
5*

É tão mesmo a minha cena :D "O lixo na minha cabeça" é a compilação em livro das tirinhas satíricas, críticas, literais, patetas e divertidas a que Hugo van der Ding já nos foi habituando nas redes sociais. A literalidade das piadas, dos dizeres, dos provérbios é extraordinariamente bem posta em imagens. E, para além de ser ler de uma assentada só, quem não (sor)rir não pode certamente ser boa gente.

 

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publicado às 10:07

1 - 2023
5*
O primeiro livro de 2023, que versa sobre a família ascendente e descendente de Manuel Caroça, começa na Guarda - na Forte, Farta, Fria, Fiel e Formosa Guarda - ainda do século XIX. O homem que será o bisavô da autora, Maria João Lopo de Carvalho, não quer ficar na Guarda, mesmo tendo todas as terras e posses do pai para gerir e gerar mais dinheiro. Manuel Caroça, sem a mínima vocação e depois de muita indecisão, quer ser médico. E sê-lo-à, já em Lisboa. Será mais ainda: médico dentista, depois da especialização em Paris. E daí, vemos um homem que se vai formando à medida que também acompanhamos as transformações do país e do mundo: o Ultimatum Inglês e o mapa cor de rosa, o aumento de vozes republicanas, o casamento do rei D. Carlos, o seu assassinato, a queda da monarquia e declaração da república, a instabilidade dos primeiros governos, o rebentar da I Guerra Mundial, a declaração de guerra da Alemanha a Portugal e a entrada deste na Guerra, os loucos anos 20 (muito subtis e só na capital), a repercussão do crash da Bolsa de Wall Street em Portugal, o aumento dos governos extremistas na Europa, a Guerra Civil Espanhola, Salazar na Pasta das Finanças, o Estado Novo, a !! Guerra Mundial, a exportação de volfrâmio. Manuel Caroça passa, em vida, por todos estes acontecimentos: investe, compra, vende, volta a investir, tem olho e faro para os negócios, sabe fazer dinheiro, sabe acumular riqueza, acaba por seguir os passos do pai comprar comprar comprar. Pelas páginas, vamos conhecendo os seus pais, primos, sobrinhos, tios, filha, netos, sobrinhos-netos. E vamos aprendendo um pouquinho sobre Lopo de Carvalho e a sua luta contra a tuberculose, sobre Katakim e o seu gosto pela escrita e que lhe valeu vários prémios, sobre Egas Moniz e Ricardo Reis, entre outros nomes que reconhecemos ainda hoje.
Foi uma bonita e completa homenagem que a bisneta entabulou e que originou este livro. Três gerações de pessoas que, lá de longe, do interior, marcaram um país lá na capital, lá onde a vida acontecia.
Recomendo vivamente.
 
 
Pode ser uma imagem de 5 pessoas e no texto que diz "MARIA JOÃO LOPO DE CARVALHO O BISAVÔ A saga de três gerações de uma poderosa família portuguesa BIOGRAFIA ROMANCEADA OFICINA OLIVRO VRO"
 
 
 
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publicado às 09:46

Ontem não dei aulas. Ou melhor, não dei aulas na escola. Foi dia da manifestação e greve por distritos em Coimbra e eu fui, com a minha escola.
Não sou a única prejudicada. Os meus alunos são prejudicados. São prejudicados:
- quando não podemos dar-lhes os recursos de que necessitam porque o ministério da educação não autoriza;
- quando são confrontados com um porgrama curricular estupidamente extenso, cheio de conteúdos para vomitarem num qualquer exame ou prova;
- quando são cobaias de programas e programinhas, projetos e projetinhos, cenas e ceninhas para mostrar serviço de um qualquer senhor sentado num gabinete, lá na capital;
- quando são confrontados com quotas até para poderem beneficiar das medidas do DL 54;
- quando mudam de professor no final do ano letivo, com sorte, ou de mês a mês, com pouca sorte, ou nem têm professor, com azar;
- quando a faixa etária dos seus professores ronda os 60 anos e já nem a paixão pela profissão faz o devido milagre porque estão cansados, desmotivados, desrespeitados;
- quando o professor contratado nunca mais volta a trabalhar com eles porque foi para outra escola, com sorte;
- quando, por arrasto das condicionantes da profissão docente, nem eles têm estabilidade;
- quando têm perante si um professor doente ou com familiares doentes mas não pode ter mobilidade por doença, ou porque não tem direito a ela por ser contratado ou porque, apesar de ser do quadro, mudaram as regras a meio do jogo;
- quando professores e auxiliares são mal pagos, em comparação com os vencimentos das mesmas profissões na UE;
- quando o dinheiro para a educação é ao cêntimo e à míngua mas outras entidades é ao estilo buraco sem fundo e basta pedir;
- quando as negociações com sindicatos são um gozo perpétuo e indigno para com os docentes.
E podia continuar mas estou cansada. Ninguém, da comunidade escolar (que são todos os intervenientes diretos ou indiretos), merece isto. Agora, cada um que decida o que fazer. Eu estou farta de prejuízos. E dispenso bem as bocas "tens pouco tempo de serviço porque nunca concorreste para longe" - a minha família vem primeiro senão não teria constituído família (autismo à parte). Assim simples. São opções. E eu durmo bem com isso.

 

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publicado às 21:20

Eu, professora contratada, me confesso.

por t2para4, em 12.01.23

Mara:
- professora contratada desde 2003
- anos de trabalho não coincidentes com tempo de serviço efetivo
- professora em horários incompletos abaixo do ordenado mínimo nacional desde 2013 - por opção familiar devido à inexistência dos mesmos direitos que os colegas do quadro
- professora que acumulou 10h + 8h+ 7h, no ano letivo anterior, e não viu este tempo de descontos para a segurança social contabilizado como mensal
- professora que renovou - sem vergonha e com muito orgulho - o seu horário na mesma escola onde tem ficado colocada com horário incompleto desde 2016. E que por lá gostaria de ficar, pudesse ela.
- professora paga pelo número de horas/ano, no escalão 1, como se tivesse acabado de entrar na docência, e não pelo tempo de serviço (que, se fosse existente para os professores contratados, justo, sem escalões ou avaliações da treta, já seria o escalão 4).
E ainda me perguntam porque faço greve e porque partilho estas coisas no meu perfil ou página? Parece-me um pouco óbvio, não?
Tenho o apoio da família - o motor -, dos meus alunos e de alguns pais/encarregados de educação. Os meus alunos percebem que os seus professores estão fartos de trabalhar para aquecer, de fazer voluntariado porque as horas de trabalho de um professor ultrapassam em larga escala as tais 35h/semanais da função pública, de os ver cansados pela idade/vida/condições. E os meus alunos são do 1º e 2º ciclo. Não ter aulas é fixe mas eles sabem que os professores estão fartos de ser sacos de pancada, pau para toda a obra, afogados em burocracia.
Eu também gostaria de ter uma carreira onde fosse justamente avaliada, progredida e paga, dentro do timing supostamente legal. Há 20 anos que ando nisto e não sou sequer significativa numa imensidão de situações bem piores.
É por isto - e mais - que fazemos greve. Queremos respeito, valorização, salário justo e dignidade.

 

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publicado às 19:10

Que chatice, Maria Alice!

por t2para4, em 10.01.23

Que chatice...
- haver diplomas legais que preconizam a inclusão na escola;
- haver crianças que ousam nascer com deficiências;
- haver permissão - obrigatoriedade! - de estas crianças fazerem parte do sistema educativo nacional;
- não haver escolas única e exclusivamente só apenas para alunos com deficiência;
- ter de lidar com estas particularidades no dia a dia, na escola, na vida, na sociedade;
- ter de ativar medidas, planos, apoios, recursos para alunos com deficiência;
- estes alunos com deficiência não se curarem com uma medicação simples que até pode ser sugerida por um professor;
- estes alunos com deficiência crescerem para se tornarem adultos com deficiência;
- não sermos um país de 1º mundo, economicamente desenvolvido, mas que segrega os seus alunos;
- não haver hospitais de dia onde se possa depositar estes alunos que ousam ser diferentes;
- todo o trabalho que envolve toda esta questão
Que chatice, que chatice, porra. Que chatice podermos caminhar para um amanhã melhor e inclusivo, ainda que devagar. Que chatice haver cada vez mais consciencialização e atenção para e no desenvolvimento infantil e até adulto! (Que chatice haver adultos diagnosticados com as mesmas perturbações dos filhos DEPOIS dos diagnósticos dos filhos). Que chatice, que chatice.
Há alturas em que , juro, que me apetece enfiar-me numa bolha, virar eremita, fugir do mundo. Não entendo as pessoas. Parece que quanto mais avançamos em termos evolutivos, científicos, tecnológicos, etc. menos tolerantes e menos permissivos somos uns com os outros, enquanto seres humanos. E isto não consigo entender.


(ler o texto com ironia e sarcasmo, ok. A última coisa de que preciso é de literalidade de neurotípicos só porque não leem).

 

 

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publicado às 09:07

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