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Mara:
- professora contratada desde 2003
- anos de trabalho não coincidentes com tempo de serviço efetivo
- professora em horários incompletos abaixo do ordenado mínimo nacional desde 2013 - por opção familiar devido à inexistência dos mesmos direitos que os colegas do quadro
- professora que acumulou 10h + 8h+ 7h, no ano letivo anterior, e não viu este tempo de descontos para a segurança social contabilizado como mensal
- professora que renovou - sem vergonha e com muito orgulho - o seu horário na mesma escola onde tem ficado colocada com horário incompleto desde 2016. E que por lá gostaria de ficar, pudesse ela.
- professora paga pelo número de horas/ano, no escalão 1, como se tivesse acabado de entrar na docência, e não pelo tempo de serviço (que, se fosse existente para os professores contratados, justo, sem escalões ou avaliações da treta, já seria o escalão 4).
E ainda me perguntam porque faço greve e porque partilho estas coisas no meu perfil ou página? Parece-me um pouco óbvio, não?
Tenho o apoio da família - o motor -, dos meus alunos e de alguns pais/encarregados de educação. Os meus alunos percebem que os seus professores estão fartos de trabalhar para aquecer, de fazer voluntariado porque as horas de trabalho de um professor ultrapassam em larga escala as tais 35h/semanais da função pública, de os ver cansados pela idade/vida/condições. E os meus alunos são do 1º e 2º ciclo. Não ter aulas é fixe mas eles sabem que os professores estão fartos de ser sacos de pancada, pau para toda a obra, afogados em burocracia.
Eu também gostaria de ter uma carreira onde fosse justamente avaliada, progredida e paga, dentro do timing supostamente legal. Há 20 anos que ando nisto e não sou sequer significativa numa imensidão de situações bem piores.
É por isto - e mais - que fazemos greve. Queremos respeito, valorização, salário justo e dignidade.
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