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Aceitar a mudança

por t2para4, em 27.03.23

Saímos de um grande comprometimento em várias áreas para uma funcionalidade que jamais imagináramos. E, por isso, por todo o caminho percorrido e por todas as pessoas que se cruzaram no nosso caminho e que contribuíram direta ou indiretamente para este estágio, sou grata.
Habituámo-nos a viver em constante planeamento, antecipação, preparação, correria, sobressalto com os sentimentos semelhantes a gráficos de medição de tremores de terra, misturando angústia, ansiedade, dor, felicidade, orgulho, cansaço, esperança, desalento, raiva, amor e o que mais se possa imaginar, várias vezes ao dia, várias vezes ao mesmo tempo, até!
Agora, estamos noutra direção. Os desafios brutais que nos eram exigidos - e às piolhas muito mais - há uns anos, não são comparáveis ao que vivem(os) agora. Estão cada vez mais autónomas, funcionais, independentes e com algumas ideais do que as espera no amanhã ou do que idealizam fazer. Já conseguem, ainda que com algum custo, reagir funcionalmente a imprevistos e contornar algumas dificuldades, já fazem as suas escolhas (a nível pessoal, escolar, familiar).
Então e agora? Agora é tempo de, como diz a minha terapeuta, aceitar a "normalidade" - seja qual for a definição que lhe atribuemos - e viver estes momentos que nunca conhecemos, aproveitar esta evolução tão boa, sermos uma família sem o constante alarido do desafio a bombar adrenalina feito parvo. Está na altura de acalmar, respirar, aceitar a mudança (boa) e começar um novo ciclo. E eu desejo muito, muito, muito este novo ciclo. (e saber como lidar com ele, também).

 

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publicado às 12:41

# 6 - 2023
5*

Arrebatador. Será esta a palavra mais indicada para definir esta leitura.
"The Sanatorium" é a história de um sanatório para pessoas com tuberculose, no alto dos cumes suíços, que, depois da entrada em cena dos antibióticos, deixou de fazer sentido e ficou ao abandono até à sua reestruturação e requalificação como hotel de quase luxo para quem adora altitudes, teleféricos, frio e muita muita neve. Não foi um processo pacífico... Há algo de sombrio por detrás de todo aquele empreendimento... Supõe-se corrupção, suborno... E começam a desaparecer pessoas que depois são encontradas mortas com objetos característicos do lugar - quando ainda era um sanatório... Elin é uma detetive da Sctoland Yard afastada das forças por motivos de saúde (mental, essencialmente) mas leva a cabo, sozinha, a investigação total do que se passa naquele hotel, completamente isolado do mundo, rodeado de montanhas e sem influências exteriores uma vez que as avalanches tornaram os acessos intransitáveis e o estado do tempo não permite voos. E, à medida que seguimos a investigação e esforço de Elin, vamos sendo surpreendidos com não um, não dois, mas vários plot-twists que nos fazem parar um momento para interiorizar e depois arrancar com a leitura e querer ler mais, sempre mais, mais um bocado.
Os capítulos são curtos e todos acaba por terminar num suspense que nos faz prometer "só mais este e depois paro".
Para quem gosta de ler terror, é um livro fantástico e muito bem estruturado, com as respostas todas. Gostei muito e recomendo.

 

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publicado às 12:17

Às minhas (futuras) mulheres

por t2para4, em 08.03.23

Hoje não trago mulheres importantes na/da História; trago as minhas filhas.

Hoje homenageio as minhas filhas e parabenizo-as por tudo o que são. As minhas filhas (feminino plural) são neurodivergentes - são autistas - e, contra muitas das expectativas mais negras que as foram acompanhando até ao presente, têm lutado contra o estigma e essas expectativas, provando, todos os dias, a todo o momento, que são muito mas muito mais do que umas palavras duras escritas num relatório e que não deixam que as tais palavras duras, as pessoas que as rodeiam de uma forma ou de outra ou a sociedade lhes imponham limites, lhes digam que não são capazes. São sim. Aprenderam desde cedo a não ter limite de horários porque precisaram de trabalhar "n" vezes mais do que os seus pares, a ultrapassar as dificuldades que foram surgindo nos seus caminhos, a mostrar que são grandes, que podem e conseguem aprender, que não são diminutas nem querem ser diminuídas.

As minhas filhas serão as mulheres do amanhã. E eu confio cegamente no seu apurado sentido de justiça, no seu discernimento ingénuo mas leal, no seu carinho, no seu respeito por tudo o que as rodeia, no seu mau feitio terrível que pode vir a protegê-las de dissabores, na sua amizade única uma para com a outra. Porque elas foram educadas para isso. São o nosso orgulho e são um grande orgulho. Hoje, acima de tudo, também assinalamos todas as suas conquistas. E que muitas foram. E que muitas serão. Não duvidamos nem deixamos que elas duvidem.

 

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publicado às 13:49

Às vezes, penso que algo de errado se passa comigo, só pode. Sempre fui de estudar. Aliás, deve ser das poucas coisas que sei fazer relativamente bem e que me dá aquela injeção de dopamina de que o meu cérebro tanto gosta. E, mesmo prometendo a mim mesma que vou levar as coisas com mais calma, acabo por nunca cumprir bem essa promessa...
Quando as piolhas andavam no 2º ano de escola, decidi aproveitar uma oportunidade única, assim, meio em piloto automático, e tirar a minha especialização. Se, para muitos colegas, foi a walk in the park, para mim foi terrível pois aproveitava cada minuto, contado pelo relógio, com as piolhas fora de casa para fazer os trabalhos, os exercícios, ler aquela bibliografia toda e ainda preparar as minhas aulas, porque, apesar de, na altura, ser professora de AEC (professora e não técnica, independentemente do que dissesse o contrato), eu sempre preparei materiais, planificações, avaliações e relatórios. E, porque o ordenado era escasso, ainda dava aulas por fora, no final do dia. Portanto, estudava, trabalhava e continuava a ser a mesma mãe atípica que já era. Correu bem. Tive uma boa nota, consegui a certificação e obtive a especialização que me permitiu abrir horizontes e ficar colocada desde pouco tempo depois.
Entretanto, fui fazendo vários cursos, alguns online outros presencialmente. Tudo, com imenso para ler (obviamente...) mas sem grande problemas com as notas, até me ter lembrado de fazer um curso tripartido pela Universidade de Genebra... Alguns testes, deuzmalibre, não eram nada fáceis e o mínimo exigido eram 85%, portanto, ou era mesmo à séria ou não terminava.
Este ano, meti na cabeça que iria voltar a estudar pela faculdade... E aprender a nadar... As piolhas já não precisam tanto de mim como antes, estão muito autónomas nos estudos, só pedem ajuda para adquirir ou encontrar alguns materiais específicos, estão mesmo por conta delas, com o nosso apoio em background. E lá fui eu toda lampeira. E sobrevivi a dois rounds de aulas e avaliação (o meu primeiro 16 na faculdade de letras de Coimbra - in the house!!! - cotas, como eu entenderão :P ), estou a caminho de mais um e já consigo nadar, sem apoios, na parte em que tenho pé, e só com placa na parte funda. Nada mau, portanto! E continuo a estudar outras coisas (inscrevi-me numa série de workshops - para quê, porquê, meu Deus????), a trabalhar e a ser a mãe atípica que sempre fui.
Estou, portanto - e passo a redundância de "portantos" - estoirada... Mas, interiormente e lá no fundo, muito orgulhosa de mim mesma e do que tenho aprendido. E de mostrar às minhas filhas - e aos meus alunos quando lhes digo que também tenho um teste para o qual preciso de estudar - que, mesmo em adulto e com uma vida formada - é possível continuar a querer sempre mais e a investir em nós mesmos, por muito irrisório que possa parecer. Aprender a nadar é apenas mínimo para muitos mas, para mim, aos 42 anos, é imenso. E a idade já não ajuda em muitas coisas, acreditem!! Mas é compensador porque é possível, é exequível e é muito bom!
Custa muito mas vale a pena. Há um tempo para tudo, poderão alguns dizer. E qual é esse tempo? Eu decido ;)

 

 

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publicado às 10:54

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