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Hoje não trago mulheres importantes na/da História; trago as minhas filhas.
Hoje homenageio as minhas filhas e parabenizo-as por tudo o que são. As minhas filhas (feminino plural) são neurodivergentes - são autistas - e, contra muitas das expectativas mais negras que as foram acompanhando até ao presente, têm lutado contra o estigma e essas expectativas, provando, todos os dias, a todo o momento, que são muito mas muito mais do que umas palavras duras escritas num relatório e que não deixam que as tais palavras duras, as pessoas que as rodeiam de uma forma ou de outra ou a sociedade lhes imponham limites, lhes digam que não são capazes. São sim. Aprenderam desde cedo a não ter limite de horários porque precisaram de trabalhar "n" vezes mais do que os seus pares, a ultrapassar as dificuldades que foram surgindo nos seus caminhos, a mostrar que são grandes, que podem e conseguem aprender, que não são diminutas nem querem ser diminuídas.
As minhas filhas serão as mulheres do amanhã. E eu confio cegamente no seu apurado sentido de justiça, no seu discernimento ingénuo mas leal, no seu carinho, no seu respeito por tudo o que as rodeia, no seu mau feitio terrível que pode vir a protegê-las de dissabores, na sua amizade única uma para com a outra. Porque elas foram educadas para isso. São o nosso orgulho e são um grande orgulho. Hoje, acima de tudo, também assinalamos todas as suas conquistas. E que muitas foram. E que muitas serão. Não duvidamos nem deixamos que elas duvidem.
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