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O velho ano trouxe um final de aprendizagens e de resoluções, de erros que não quero repetir, de medos que não posso voltar a sentir. O novo ano entrou e eu estou ainda em fase de aprendizagem a um novo e (bem) mais calmo ritmo, a adaptar-me a um novo "eu", a testar as minhas limitações, a ver até onde posso ir sem dores e sem recaídas.
O novo ano traz também velhas rotinas que nos ajudam e das quais necessitamos. Consulta de autismo para muito breve. Estaria a mentir se dissesse que, à luz deste meu novo "eu" zenificado, não estu ansiosa nem aprensiva nem insegura. Estou, como estou sempre. Mas sei que as piolhas evoluíram tremendamente, vejo e quase que se sente essa evolução de forma palpável. Se está tudo bem? Longe disso. Temos ainda um longo longo caminho a percorrer mas já dá para perceber que algumas etapas serão bem menos árduas, que há "áreas de serviço" para descansar pelo caminho, que há surpresas boas depois de uma curva perigosa.
O autismo está lá, não vai desaparecer nunca, elas nunca serão neurotípicas, a vida será sempre vista por elas com um filtro diferente do nosso, precisarão de apoios durante mais tempo do que qualquer outra pessoas e não, não nos enganámos, o diagnóstico é mesmo esse, não é nenhuma perturbação noutra qualquer área. Sim, custa-me horrores vê-las completamente sozinhas nos intervalos, a passear pela escola mas, depois, penso que, serão sempre as duas, nunca estarão sozinhas. Temos a gemelaridade a nosso favor.
Por isso, para já, esses meus já conhecidos medos vão começando a assombrar, à medida que o tempo escorre mas vamos e vamos assim mesmo com medos e tudo.