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O meu feed já não mostra tanto pão e bolos como há uns dias mas está inundado, quase quase a afogar e eu a bloquear pessoas, de trabalhos e trabalhinhos, atividades e atividadezinhas. Vamos lá a ver: numa situação normal, estas duas semanas seriam de... vá, completem lá a frase... de... férias para os miúdos! plimplimplimpim acertaram!!! Os nossos alunos estariam na sua vidinha, a fazer o que quer que façam em férias e não iriam certamente pensar em trabalho, a menos que tivessem algum TPC. E os professores lá estariam nas suas reuniões - como realmente estiveram, vivam as plataformas à distância! Amén - e a tratar da burocracia inerente à coisa - possivelmente à distância também pois o programa dará para isso.
Então, expliquem-me como se eu fosse muito burra: estamos a partilhar sites, gigas e terabites de informação escolar agora porquê? Estou a receber tanta publicidade patrocinada e emails institucionais sobre ensino à distância porquê? Porque só agora se pensa realmente no assunto, é isso? Ando há anos - basicamente desde que trabalho - a dizer que há tantas tantas coisas que se podiam fazer em casa, à distância. E ando - basicamente desde que trabalho - a fazer muito muito do meu trabalho à distância com os meus materiais, aqueles comprados e pagos por mim.
Não se iludam, não nos iludamos: não iremos conseguir milagres espetaculares cheios de efeitos especiais com apenas um mês de preparação à toa para esta coisa do ensinar à distância (e em lado nenhum eu digo ou se pode ler que estou contra ou que falo sobre o términus do ano letivo, vamos lá a prestar atenção) mas iremos conseguir fazer alguma coisa, que pode ou não chegar a todos. Não chegará aos alunos com multideficiências, tenho quase a certeza, só para dar um exemplo. A esmagadora maioria dos alunos com necessidades específicas está relegada para um grave plano inferior. E não é colocá-los a eles sozinhos nas escolas abertas que é solução, como eu via num grupo de educação no outro dia! Se a escola não é segura para neurotípicos, também não o é para atípicos, desculpem lá qualquer coisinha e a minha política de sofá!
Mas vamos lá a comportarmo-nos comme il faut: os miúdos agora descansam um bocado que bem merecem, os professores tratam das avaliações e aguardam por orientações específicas do ministério e vamo-nos deixar de invenções. Não vamos querer complicar algo que já por si é trabalhoso. Até lá, podemos ser realistas e pensar no que iremos mesmo - mesmo - fazer com os nossos filhos e alunos? E, quiçà, de uma forma ou de outra, aproveitar um pouco a Páscoa?
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