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Antes de terminarmos o ano temos mesmo que falar de algo de que ninguém fala: esse flagelo que (i)afetou a nossa TV por cabo nos últimos tempos e que raramente falha ao longo do ano. Sim, falamos dos filmes da Hallmark. As piolhas partem-se a rir com aquilo, o marido adora "não há mortos, não há feridos, todos se dão bem, é só paz e amor ao bicho... melhor que essas porcarias que vocês veem" - entenda-se, séries criminais, policiais e afins (geralmente, envolvendo uma ou outra cena de morgue).
É de mim ou quem vê um filme destes, vê todos os filmes destes? Vejamos lá, então: há sempre um progenitor que faleceu e a criança fica sempre órfã de mãe ou de pai (geralmente de mãe o que enfurece as piolhas que dissertam logo sobre justiça divina) e a hipoteca paga, pois claro, pois só assim é que conseguem manter ou pagar sozinhos a prestação para o empréstimo de uma habitação daquele género. Além disso, são pessoas bem sucedidas e dadas às humanidades (geralmente escritores, editores, donos de livrarias ou de lojas de arte/música, um ou outro chef ou doceiro) que vivem em locais com paisagens idílicas no outono (vinhas, há sempre vinhas) e no inverno (há sempre uma casa rústica, na mesma localidade onde vive o Pai Natal e ele tem a sua oficina de elfos). E as crianças? Bem, são educadas segundo modelos de parentalidade positiva berra-me baixo: não fazem birras, não têm ciúmes do/a amigo/a da família que se torna mais próximo, são obedientes e até lavam os dentes antes de ir para a cama, arrumam os brinquedos e os adolescentes não têm crises existenciais. Também se dão todos bem com a geração anterior: os pais são uns fixes, cheios de sabedoria e sapiência, dão conselhos muito sábios e não há nunca desentendimentos e muito menos segredos obscuros de família de que ninguém pode saber.
E, tem de se referir o que acontece sempre, sempre mas sempre: o beijo que nunca chega a ser beijo porque é interrompido... ohhhhhh que beleza...
Do que eu gostava mesmo mesmo mesmo de saber é onde podemos comprar o que eles tomam, a sério que sim. São todos calmos, serenos, bem sucedidos e com os seus objetivos sempre concretizados. Oh vida maravilhosa. tal e qual a realidade, não é?
Atribuo aquela estrela só para não ficarem tristes, afinal é Natal e, de vez em quando, lá mato uns quantos neurónios com isto. Ou a TLC, vá. Quem diz não a um "Say yes to the dress?" Ah, pois é. Nem as piolhas.
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