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Há anos que andava para ler esta obra, "O Triunfo dos Porcos" de George Orwell.
A maioria das pessoas já ouviu falar disto e até já abordei o assunto com as filhas. É a metáfora para a organização social depois de uma espécie de golpe de estado dos animais contra os seus donos humanos abusadores. Ao longo da obra, vamos vendo que, gradualmente, quase sem se dar por isso, os animais - teoricamente livres mas sem capacidade de instrução por incapacidade ou por vontade própria - não se apercebem que as coisas, afinal, não mudaram... "valentia não basta (...) lealdade e obediência são mais importantes". Foram capazes de combater o opressor mas, na realidade, trocaram um por outro... E quanto menos instruídos, mais moldáveis, mais manipuláveis, mais fáceis de comandar, mais na linha, mais ordeiros. Não há lugar para contestação sob pena de morte. Os mandamentos mudam ao sabor das vontades dos animais superiores, os porcos. E, nós leitores, de repente, apercebemo-nos que isto já aconteceu na História, quando se engana o semelhante com a máxima "o trabalho liberta" (sim, alusão direta aos campos de concentração nazi).
É assustador ver como a sociedade pode ser tão fácil de subjugar... E como o que temos pode ser tão frágil... Atente-se na personagem do burro que é calado e reservado e resmungão mas observador e ciente da realidade. A realidade que apenas mudou de personagens mas não de comportamentos. E lê, na parede, afinal, o único mandamento da quinta, enquanto os porcos se transformam em humanos e os humanos em porcos, até se deixar de perceber a diferença: "Todos os animais são iguais. Mas alguns são mais iguais que outros".
Eu acho que esta deveria ser uma obra obrigatória a estudar na escola. Bem mais útil e interessante que algumas que fazem parte do plano de leitura.
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