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Consulta de autismo em fase count-down. Fico sempre assim, nem sei se assustada se receosa se enervada com e sem macaquinhos no sotão.
Desta vez, a bem dizer, nem sei bem ao que vamos. Faremos nova avaliação? Qual? Griffiths? Adoos? Vineland?
A 1ª coisa que vou evitar, para começar, é a medição da tensão arterial. Em 4 anos, custa-me a acreditar que aquela enfermeira (e é sempre a mesma) ainda não tenha aprendido que aquelas miúdas gritam descomunalmente quando veem o raio do aparelho, mesmo que esteja mascarado de poneis. Obviamente, que sendo isto na fase da triagem, a fase da consulta já não é bem o que deveria ser...
Anyway, desta vez, tenho que referir duas coisas de que me falaram em reunião de equipa (terapeuta, professora, professor de educação especial e eu):
- avaliação de terapia ocupacional (tem a ver com a motricidade fina/muito fina, escrita, capacidade de ver/olhar e escrever, etc.). Ok, apesar de me parecer que, ao invés do que me dizem - que tudo vai melhorar, que elas encontrarão estratégias para ultrapassar as dificuldades e diferenças, bá blá blá mi mi mi -, ao precisarem agora de terapia ocupacional, parece que há sempre um problema qualquer, não importa se avançámos ou progredimos muito ou pouco.
- corte do freio. E ao dizer "freio" lembro-me sempre de carros e metros e autocarros. E, na realidade, fala-se do freio da língua. As piolhas, tal como pai, têm a língua e-xa-ta-men-te igual: com o freio curto mas sem problemas com os dents e levnatá-la até ao palato e arredondada na ponta, como se fosse um coração. O único problema do pai é a pronúncia correta do som "lh" que sai bem camuflado nas palavras e nem se nota esta dificuldade. Ora, uma das piolhas tem evoluído muito bem nos exercícios oro-motores, a outra nem por isso, quase nada. E, se a ideia já tinha surgido antes por parte do terapeuta, voltou à carga agora.
Ora bem, quanto a isto, bem, não. Não concordo, não me parece, não aceito, não autorizo. Só de pensar no sofrimento e na recuperação lenta e dolorosa da minha princesinha até tremo. Ia passar de franga a pau de virar tripas num ápice. E iríamos regressar ao treino de dar de comer, ensinar a gostar de alimentos, treinar os sabores, os maxilares, etc etc etc. Só de pensar nisto, até me dá um fanico.
Portanto, eis o que espera ao pediatra amanhã... Além do habitual e da referência a medicação e sonos e sei lá mais o quê.
E, com a aproximação de abril, começo seriamente a pensar de terei feito bem em andar feita doida em divulgações e em consciencializações e em sensibilizações. Na realidade, agora, assim de repente, fugir para o meio da serra ou da praia (deserta, muito deserta) e gritar desalmadamente, fazer tudo o que é disparate, parece-me maravilhosamente saudável.