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O regresso à "normalidade"

por t2para4, em 04.01.16

Devo ser das poucas mães que não desespera com as férias nem ansia pelo regresso às aulas nem partilha memes desesperados de countdowns para o final do tempo livre. Adoro estar em casa com as piolhas!!

Nem sempre foi assim, confesso. Confesso que, no auge de todos os sintomas de autismo e sem uma única resposta que me auxiliasse e sem qualquer tipo de intervenção terapeutica, eu desesperava por umas míseras horas em que eu pudesse descansar e respirar sem preocupações prementes.

As coisas começaram a mudar, gradualmente, desde o reforço na intervenção precoce e terapias e, com a devida maturidade e desenvolvimento neurológico, conseguimos alcançarum excelente equilíbrio já no verão de 2012, se a memória não me falha. Cansativo sim, mas não desesperante.

Nesta fase, é fantástico andarmos as 3 juntas, termos um tempo só para nós, estarmos juntas de férias, ainda que isso implique um 24/7. Mas, apesar de nos pegarmos as 3 - sim, também nos pegamos e a paciência tem limites -, é extremamente gratificante o tempo que passamos juntas e custa regressar a uma suposta "normalidade".

 

Estas férias - para mim, nem tanto - serviram para descansar, acima de tudo, e recuperar energias. Voltámos às tomas de vitaminas - que, ocasionalmente, fazem parte das nossas rotinas matinais - e fomos levando os nossos dias entre atividades prazentosas e atividades obrigatórias, tentando não procrastinar. Os TPC foram todos feitos, um em cada dia desde o final das aulas (exceto nas festas), e até houve tempo para tabuadas e produção de textos extras de forma voluntári (bem, não tanto as tabuadas...).

A mãe procrastinou toda a pausa letiva e começou a organizar-se no fim de semana... A promessa de que o monte de dossiers e cadernos e organização do computador seria para fazer ainda dentro da pausa cumpriu-se mesmo no limite, com algumas arestas por limar, no entanto. Todos os materiais para esta nova semana de aulas estão preparados, imprimidos, prontos para entrega e trabalho.

 

Como fazemos para nos organizarmos nestas fases?

- as mochilas - e pasta - são esvaziadas para lavar, limpar e verificar se precisam de arranjos. O mesmo com os estojos.

- verifico todo o material escolar e substituo o que está estragado, em falta, pequeno demais.

- à medida que os trabalhos vão sendo feitos, esse material vai sendo colocado dentro das mochilas - ou pasta - onde já estão os estojos devidamente verificados e apetrechados.

- revejo os materiais das estantes para verificar se ainda faz sentido tê-los perto do computador ou se já podem ser arquivados e levados para o arrumo, para junto dos restantes manuais, pastas, materiais, arquivos, etc.

- imprimo todos os documentos importantes relativos a avaliação das piolhas, quer escolar quer terapeutica, coloco na devida pasta e arquivo o seu ficheiro no disco externo para o efeito.

- organizo o computador, movendo ou apagando ficheiros, transferindo dados para os discos externos, preparando novos ficheiros para o caso de novas aulas/cursos/etc.

- reforço o stock de resmas de papel para a impressora, verifico também como estamos de toner e encomendo, se for o caso (bem, peço ao marido para tratar disso. Aliás, esta tarefa é feita ao longo do ano e não só nesta fase)

- reforço o stock de lanches para todas levarmos para o trabalho/escola - bem como o stock de café...

 

Chegada a altura de regressar às aulas e ao trabalho, como fazemos?

- TPC ou materiais importantes são feitos ou preparados no próprio dia. Só deixo para dias seguintes ou fim de semana, preparação de aulas mais importantes, cursos, módulos, testes, cotações ou elaboração de pautas, ou, no caso das piolhas, trabalhos de pesquisa.

- na véspera, preparo as roupas de toda a gente, tiro pão para descongelar durante a noite (a menos que use pão de forma) para o pequeno-almoço e lanches do dia seguinte, pondero as refeições que farei no dia seguinte e, se for preciso, tiro algo para descongelar no frigorífico.

- informo-me se há saldo nos cartões, se as refeições estão compradas, se as carteiras das piolhas têm lá tudo de que precisam e se a minha bolsa também está pronta.

- faço um plano mental do que, à partida, terei que fazer no dia seguinte e consulto a agenda - onde tenho todas as minhas aulas e atividades anotadas.

- de manhã é tempo para tomar pequenos-almoços em paz - deixo as piolhas ver TV na sala, ao quente, onde também se vestem - e preparar os lanches e a água que vão logo para as mochilas e pasta. Se for um dia complicado, não há tempo para mais nada e saimos; se eu entrar mais tarde, levo as piolhas à escola e regresso a casa onde adianto algum material no computador ou dou um jeito às camas, estendo roupa ou concluo outra domesticidade qualquer.

- se for um dia de atividades - como piscina - ou de aulas para mim, em que cheguemos a casa às 20h ou depois, aproveito a minha hora de almoço - em que vou sempre a casa - e faço também o jantar.

- os fins de semana são para concluir o que não se conseguiu fazer durante a semana, preparar a semana seguinte, fazer as domesticidades que só se conseguem nestas alturas (adiantar refeições para congelar, tratar de roupas, etc.), descansar muito (o que inclui dormir até mais tarde ou fazer sestas, ver tv, ler um pouco, inventar coisas na cozinha, brincar com as piolhas) ou passear (se o trabalho do pai e o tempo metereológico assim o permitirem).

 

Não é fácil saber que, mesmo quando fechamos a porta da sala de aula, o dia não está terminado e há mais umas quantas horas de serviço não pago, não compreendido na sua totalidade e não passível de ser adiado por muito tempo, mas é assim que as coisas funcionam comigo e eu vou levando. E não é nada fácil, em dias de saídas tardias do trabalho, chegar a casa e ainda ter que verificar e acompanhar TPC... De parte a parte, entenda-se...

Quando me sinto verdadeiramente cansada ou surgem imprevistos, é tudo uma questão de nos adaptarmos. Mantemos a base e algumas das rotinas mas damos a volta.

 

 

E, por aí, como fazem para regressar à "normalidade" depois das pausas e quando não aptece nada regressar? Como minimizam os esforços?

 

 

 

 

 

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publicado às 09:00

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