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Quem é professor acaba por experienciar duas passagens de ano - uma delas sem a magia do réveillon e sem as borbulhinhas gasosas do champanhe.
Setembro é sempre um mês de muita incerteza e ansiedade, de muitas variantes que têm que obrigatoriamente encaixar umas nas outras e dar certo, de muitas esperanças (algumas vãs), de muitos (re)começos.
Setembro é aquele mês onde começo a dizer "no ano passado" quando quero realmente dizer "no ano LETIVO passado" (e acabo por baralhar toda a gente) porque a minha vida funciona em anos civis e anos letivos.
Setembro é aquele mês em que começamos todos a escola - com sorte, já sabemos quais (se as colocações saírem em agosto e eu ficar logo colocada) e temos de começar logo a comparar horários para compatibilizar acumulações noutros locais e trabalhos familiares.
Setembro é aquele mês em que renovamos horários, inscrições, e temos, mais uma vez, de atualizar os dados nas editoras para que possamos ter acesso aos documentos de apoio.
Setembro é aquele mês em que tudo parece andar a passo de caracol mas parece uma avalanche ao mesmo tempo: primeiro esperamos orientações do MEC, depois as da escola, depois o horário, depois as reuniões, depois o perceber como serão os apoios na escola e as terapias, depois a organização do material escolar, depois as aulas, depois as compensações, depois as revisões, depois as horas de leitura de "n" documentos, etc etc etc... com um somatório de gigas de espaço já ocupado na nova partição de seu nome "ano letivo 2020-2021" que conta já com dezenas de pastas e subpastas.
Setembro é aquele mês em que começamos a contabilizar as refeições em casa ou na escola, a pensar em marmitas, a preparar lanches.
Setembro é aquele mês em que eu só quero que tudo se oriente para podermos começar com a devida tranquilidade e sem problemas.
Setembro não é o novo janeiro, não é o mês de resoluções porque a sua imprevisibilidade nem dá para isso, não é o mês do wake me up when (it) ends, não é o mês do acorda quando quer porque já acabaram as férias, não é uma festa com serpentinas e confeti.
Setembro é um mês pequeno que encerra em si a sensação de um mês com dias extra. Flui devagar, tem demasiado para fazer, obriga a pensar e a sentir demais.
Setembro é um mês de muito. E, tal como em qualquer outro mês, desejamos que seja um mês bom.

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