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Diz-se que hoje é o dia da família.
Há uns anos, na biblioteca escolar da escola primária das minhas filhas, descobri este livro. E fiquei rendida.
A verdadeira definição de família está aqui, em "Livro da Família" de Todd Parr e que podem ler e ver e saborear neste slide-share:
https://pt.slideshare.net/Gloritcha/o-livro-da-famlia-55143026
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Passam quase quase 10 anos do nascimento das piolhas. Às 12:42 e às 12:44, as nossas vidas iriam mudar de forma indizível, imparável, imediata - infinitamente. E ainda bem que assim foi.
Como fazem questão de nos relembrar, porque aqui adora-se fazer anos - e um aniversário deveria ser, para elas, motivo de feriado nacional -, passa agora 1 década… ou 10 anos … ou 120 meses… ou 3650 dias… ou 87 600 horas… ou 5256000 minutos… dependendo da unidade de medida escolhida, estaremos muito jovens ou muito velhos... Mas muito felizes.
Hoje não quero dizer nada, quero apenas abraçar forte, beijar muito, mimar muito, inspirar os seus perfumes, sentir aquele emaranhado de braços e pernas no meu colo - hoje e sempre. Haverá sempe um colo, sempre espaço para elas.
Quero - queremos - que sejam felizes.
And nothing else matters...
You were born exactly a decade ago. It seems like a long time when a decade is your entire life. When you get to be several decades old, one decade doesn’t seem like so much time.
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No dia em que se diz celebrar o amor, por excelência, há apenas a constatação do que se vem vivendo nos restantes dias do ano, sem festividade associada. Não saímos, não jantámos fora, não fomos passear. Estivemos - os 4 - a trabalhar. E o dia começou bem cedo, ainda antes das 7h, com as piolhas bem despertas pelos seus próprios relógios biológicos tão ajustados aos seus desejos quanto elas querem (sim, se decidirem acordar às 6h30, elas conseguem. Sem qualquer tipo de despertador. Aí está algo que poderão ensinar-me, um dia destes...). Começou com passinhos miúdos no chão, com vozes murmuradas de "hoje é dia de São Valentim" e "o pai está cá?" (às vezes, o pai faz o turno da noite e só chega de manhã) e ainda "o pai e a mãe têm de estar juntinhos para desejar feliz dia de São Valentim". E nós a distribuirmos milhentas bejocas matinais, tão boas, os 4 no miminho bom.
E, de tanta coisa que fiz e falei - e ainda estou em fase de realização - com os alunos acerca dos afetos, continuo a fazer notar - a nós e aos outros - a importância das pequenas coisas que, todas juntas, fazem muito. E quando digo pequenas coisas, são mesmo pequenas coisas, que, independentemente dos dias, podemos fazer sempre que nos apeteça. Em casa, além de um postalinho pindérico todo meloso que adore no computador (deu nas vistas pois o portátil estava fechado e eu nunca o deixo fechado), tinha a casa arrumada e o marido estava a passar a ferro - um alívio de trabalho acrescido para o resto da semana em que estou cheia de aulas e consultas. A minha retribuição melosa foram umas garrafinhas de Sumersby e um arrozinho malandro com moelas. As piolhas não receberam prendinhas da escola ou assim (receberam um caderno de desenho da nossa parte) e estavam, todas airosas, a descansar na sala - gazetando, mais uma vez, a ida à piscina -, depois de dois dias de fichas de avaliação e muitas horas de estudo e trabalho. E o melhor de tudo é, à medida que vamos conversando e que vamos passando o dia, haver ainda mais pequeninas coisas que nos deixam de sorriso bom. Afetos, carinho, amizade, cumplicidade, amor, sim. Também mas não só.
Uma piolha decidiu escrever um bilhetinho de carinho ao avô. E até pediu ajuda à tarefeira para fazer um envelope e poder guardá-lo em segurança, sem se amassar. Quando nos contou que iria aguardar até setembro para oferecer o bilhete ao avô (altura em que regressa a Portugal), perguntei o que ela achava de lhe enviar amanhã, por correio. Fez-lhe um pouco de confusão ter que escrever uma morada em língua estrangeira - que não o inglês - mas já temos correio para despachar amanhã e, certamente, um sorriso muito feliz na cara do avô quando o receber.
O dia acabou um pouco mais tarde do que eu previra, depois de nos termos enroscado no sofá a ver "A Bela e o Monstro" (e eu a estranhar pois sou do tempo do lançamento em VHS, em versão brasileira; posteriormente, já com piolhas bebés, a versão originbal em inglês, pelo que, a versão portuguesa é, para mim, uma novidade. E, para que conste, não há nada de errado com a minha noção temporal, os anos 90 foram mesmo há 10 anos, ok? Sim, porque eu lembro-me que foi no ano em que abriu o CoimbraShopping e o Continente, local onde comprei a cassete. Portanto, dizia eu, há pouco mais de 10 anos.).
A felicidade está mesmo nas coisas simples, no bem que podemos fazer uns aos outros, no que sentimos quando estamos felizes. E, ainda que em dias negros, amaldiçoemos o termos que nos contentar com as "pequenas coisas", a verdade é que, ninguém as valoriza como nós - nós e alguém como nós.
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Independentemente das origens, prefiro manter-me à ideia romantizada de amor eterno e de benção dos sentimentos. E, para mim, não é só o amor pelo marido, mas aquele amor que é o prolongamento através, pelos e para os filhos. É a concretização verdadeira do amor, que fica, que vive, que existe. E tudo feito em família tem outro peso, outro sabor.
Somos muito de preparar surpresas (o que ajuda a lidar com a frustração e gestão dos imprevistos por parte das piolhas) e, de há algumas semanas a esta parte, que andámos a fazer das nossas:
primeiro um bolo, já que festividade sem bolo não tem piadina nenhuma. Fizemos a encomenda a alguém que faz trabalhos fantásticos e que conhecemos, as piolhas escolheram o bolo a partir de imagens na net e fez-se a vontade do recheio de chocolate a uma delas.
Depois, tratámos dos miminhos. Esta parte sobrou para a mãe porque elas não quiseram saber de manualidades para nada. Mas também não deu trabalho nenhum: uma base de árvore, uma vela, um molde, uma ferramente para esculpir, cola com purpurinas douradas e cola gel. Et voilà.
As piolhas também tiveram o seu momento de surpresa: uns tubos com coisas de princesa para uma e coisas de bailarina para outra. Deu no delírio total, com chinelos da Kitty a servir de sapatilhas de ballet, de cabelo apanhado e coroazinha, de piruetas loucas.
Jantar simples e rápido (vim direta do trabalho e ainda tive que despachar a janta a tempo e horas) e, mais importante, em família. Porque é isso que, no fundo importa. E cabe-nos a nós fazer dos dias e das festividades que quisermos, dias especiais ou não, dias comerciais ou não. O importante é o que é trasncendente a tudo isso.
E, para terminar, fica a música "Unconditionaly" de Katy Perry, - atentem na letra - a que eu acho mais adequada para hoje, amanhã e depois.