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Numa série que sigo, um casal de alguma idade estava junto no hospital. Ela, doente oncológica em estado avançado e a precisar de cuidados 24/7 e ele, o marido, o seu cuidador, não a largava. A certa altura, é questionado pelo médico "Há quanto tempo não tem tempo só para si?"
Fiquei a pensar naquela pergunta. Sabem quantas vezes a ouvi estes anos? Nenhuma. E isso levou-me a outro fio condutor de pensamento: quantas vezes - ou quantas nenhumas vezes - esta pergunta foi feita aos cuidadores que há por aí espalhados? Quantos cuidadores (formais ou informais, a tempo inteiro ou não) já ouviram questionar se tiram tempo para si mesmos?
A célebre frase de que "é preciso uma aldeia para educar uma criança" vem à cabeça mas, na realidade, entre terapias, escola, casa, trabalho, apoios, atividades extra (que muitas vezes servem de reforço a terapias), a larga maioria dos pais não tem uma rede de apoio a que possam recorrer. E o tempo para si pode ser tão simplesmente dormir. Ou alimentar-se pausadamente. Ou tomar um banho demorado.
Creio que a noção de "cuidador" (de criança ou até adulto/idoso) é algo vago, que se ouve algures nas notícias e que se fala que até tem um estatuto. É preciso desmistificar e desromantizar a deficiência, a doença, o cuidado constante. É preciso respeitar e valorizar quem cuida, tornar o seu tempo precioso e ajudar a ter o tal tempo só para si.
Há estudos que referem que muitos cuidadores, em determinadas situações de cuidados, desenvolvem sintomas semelhantes ao Stress Pós-Traumático. Creio que dá para perceber o peso que esta função acarreta.
Hoje em particular, e em especial depois de ter lido a mãe do Gonçalinho (O Mundo do Gonçalinho) , penso em todos aqueles que "há quanto tempo não têm tempo para si". Hoje e amanhã e depois de amanhã. Porque esse apoio devia existir. Esse tempo devia ser real.

 

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publicado às 13:59

Surgiu um convite, seguiu-se uma conversa acerca do que poderia ser escrito, seguiram-se mais contactos e avançámos. O desafio era mesmo falar dos desafios de se ser mãe/pai de crianças com Perturbação do Espectro do Autismo. Falei com outras famílias, pensei muito na nossa realidade, tive dúvidas (não gosto de ser mal-interpretada) mas o texto lá saiu.
E, lá na página 19, depois do meu texto, culmina uma revista inteiramente focada no trabalho que se quer para incluir. Porque é importante falar-se do assunto, ver-se e ler-se o que se faz, perceber onde queremos chegar e ver que temos, em Portugal, pessoas incríveis.
Obrigada especial às minhas "vizinhas" pela paciência (as suspeitas do costume O Mundo do Gonçalinho, A Família Neurodiversa, Diário de uma pequena guerreira), pela ajuda, pelas contribuições (que temos muito dentro da mesma linha de pensamento) e à minha L. pelas revisões e opiniões.

https://drive.google.com/file/d/1h1Taqw5sCw3ZUgTCQCCH1AHPIjdT39z5/view?fbclid=IwAR0vxQgHdtMsCWb71Mqbapjf4yyS0HlQia-W2xnQ7yWkc6WwDB-TMOCEZ4k

 

 

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publicado às 11:15

"Mattias: My father [...] taught me to never take the good for granted. He’d say, “Be prepared. Just when you think you found your way, life will throw you onto a new path.”
Anna: What do you do when it does?
Mattias: Don’t give up. Take it one step at a time, and…
Anna: Just do the next right thing?
Mattias: Yeah. You got it."

Este diálogo faz parte do filme Frozen II e marcou-me. Fiquei a pensar naquilo porque esta é uma realidade que nos assenta que nem uma luva.
Desde sempre que tivemos que aprender a não tomar as coisas dadas como garantidas. E isso foi-nos ensinado de forma crua, dura.
Desde sempre que nunca pudemos traçar o nosso caminho com régua e esquadro ou inserir coordenadas num GPS. Qualquer que seja o mapa, qualquer que seja o sistema operativo do GPS, qualquer que seja a marca ou o modelo do aparelho, a verdade, a realidade é que, a vida atira-nos para um novo caminho. E nós até estamos a seguir as instruções e as placas e as coordenadas. Mas lá vamos nós. Mais uma moedinha, mais uma voltinha. Mas num caminho diferente.
Gaita. Fomos enganados. Não conhecemos este caminho. temos de voltar para trás. Não dá para virar aqui. Não podemos fazer inversão de marcha. Então? Bem, vamos andando e vendo. Um passo de cada vez e logo se verá, um dia de cada vez, e cada dia uma nova etapa e uma parte de caminho percorrida.
E depois? Depois? Bem, depois continuamos ao caminho e fazemos o que achamos o mais adequado... E adaptamo-nos. E moldamo-nos. E tornamo-nos versáteis.
É isto que nos faz fortes e nos enfraquece ao mesmo tempo.
É isto que nos enrijece o coração mas nos faz amar.
É isto que nos faz viver em ansiedade mas usufruir a viagem.
É isto que nos enerve mas nos faz valorizar as pequenas coisas.
É isto que nos difere das outras pessoas. Que podem ser como nós.

"Don’t give up. Take it one step at a time, and…Just do the next right thing."

Esta "the next right thing" pode ser algo tão simples como apenas um sorriso para uma mãe cansada, um olhar simpático para uma mãe com uma criança em birra, um sms com um simples bom dia ou fica bem, um gif engraçado no messenger ou no whatsapp, um beijo, um convite para um café, uma ajuda com os TPC dos miúdos, sei lá, há tantas TANTAS pequenas grandes coisas que podemos fazer e tornar na "next right thing".

Porque a vida, às vezes, muitas vezes, muda-nos o caminho...

 

 

 

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publicado às 18:54

E, eis que começa...

por t2para4, em 25.09.17

... back to school and all hell breaks loose...

 

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publicado às 20:55

Entrada para o 2º ciclo

por t2para4, em 25.09.17

Volvidas duas semanas depois deste enorme marco, já dá para ter uma ideia do como foi e fazer um pequeno balanço.

A nossa preparação foi menor do que a que tivemos com a entrada no 1º ciclo, em grande parte porque toda a documentação já estava tratada, e em pequena parte porque as piolhas estão mais crescidas e não iriam mudar de escola. Eis o que tivemos em conta:

 

- Manuais e materiais

Todo o processo de encomenda de manuais, receção dos mesmos, escolha e compra de mochilas novas, compra dos materiais necessários para as disciplinas em geral e Educação Visual em particular, foi feito com as piolhas. Escolhemos mochilas de alças que estão bem ajustadas às costas (dei um nó na fita, na base onde se regula o tamanho das alças) porque os troleis não eram nada de jeito e porque elas assim pediram. As mochilas são largas, ou seja, com o volume dos livros e lanches, ela "estica" para a frente em vez de descair e obrigara a que forcemos os fechos para a fechar. Para as aulas de Ed. Física, levam as mochilas que costumam levar para a piscina, com o equipamento e guardam no cacifo.

Em vez de dossier com folhas soltas e argolas, optei por cadernos pretos que forrei com etiquetas de bookscrapping. Já imaginava o caos de folhas soltas e argolas estragadas e nem pensar passar por isso. Portanto, cadernos simples, dos agrafados e não dos de espiral, e um por disciplina.

Para arrumar o cartão, o telemóvel (fica para outro post), toalhetes íntimos e lenços de papel, horário e chave do cacifo, comprámos, à escolha delas, umas bolsas a tiracolo, giras e baratas, na Primark. 

 

- Cartão

As piolhas já estão numa escola que usa cartão desde sempre, por isso, desde que a frequentam que sabem utilizar o cartão e eu sou super fã. Só peca por não ter uma referência de carregamento online que me permita carregar com dinheiro também à distância. Através da plataforma https://www.giae.pt/cgi-bin/WebGiae.exe/mapa?codDistrito=11 , conseguimos, com código e password, ter acesso a todos - todos mesmo - os movimentos do cartão bem como consultar outro tipo de informações como refeições, ementas, gastos no bar e em quê, horas de entrada e saída, etc.

Claro que, ao longo destes 4 anos, já tive que comprar 2 segundas vias e pagar 5 euros por cada e pagar os devidos 0, 50 cêntimos pela utilização de um cartão provisõrio. Mas é um descanso não haver dinheiros envolvidos na forma física.

Por serem meninas, temos a vida facilitada pois trazem o cartão numa carteirinha a tira-colo.

 

- Cacifo

Por cá, a reserva de cacifos funciona muito bem. Uma das funcionárias faz o levantamento de todos os alunos daquele cuclo e atribui um por cada aluno, com a possibilidade de irmãos ou amigos poderem partilhar o mesmo cacifo. Não há custos envolvidos. O cacifo atribuído às piolhas fica no mesmo bloco onde têm aulas, pelo que, é muito prático. O único senão é o tamanho incrivelmente reduzido da chave. A primeira coisa que fiz foi mandar fazer 2 cópias e manter a chave original (temos, portanto, 3 chaves) e comprar um porta-chaves que se encontre com facilidade na carteirinha que usam.

 

- Documentação

O PEI (PLano Educativo Individual) já está na escola desde a sua realização e só carece de atualização que pode acontecer em junho do ano a terminar ou em setembro do ano a iniciar.

 

- Ação Social

Funciona de acordo com os escalões do abono e compreende oferta de manuais, transportes, refeições e material escolar em poroprção com que o for atribuído. Por exemplo, o 3º escalão do abono, o mais comum, receber apoio para compra de manuais apenas. Deve entregar-se a fatura dos manuais na secretaria da sede de agrupamento.

 

E como foram estas duas semanas?

Bem, não foram nada más. As piolhas adaptaram-se melhor e mais depressa do que eu à ideia (e do que eu com a idade delas no meu 5º ano) e estão sempre muito bem-dispostas. Sabem o que fazer em caso de furo (falta de um professor) e aproveitam as horas de Apoio ao Estudo para realmente estudar e fazer TPC. Usam e abusam do cacifo com a finalidade que lhe é devida e não têm qualquer problema nas aulas de ED. Física, embora, às vezes, quando as vou buscar as encontre com as sapatilhas do pavilhão nos pés ou as calças que não foram trocadas mas, de resto, já perceberam a questão prática da coisa. Algo que não mudou em 30 anos foi o sistema de aquecimento da água... As piolhas tomam duche se houver água quente ou limpam-se com a toalha se só houver água fria. Não lavam o cabelo na escola. Por vários motivos: ainda estamos a treinar isso, não as quero encharcadas todo o dia, não quero cabeça molhada com cabelos e roupa a pingar durante horas... Não deve trazer saúde nenhuma. 

Os primeiros testes já foram marcados e até temos uma folha-calendário no frigorífico. O contacto com a Diretora de Turma tem sido adequado e todas as minhas dúvidas acerca do apoio de Ed. Especial e da tarefeira respondidas. Ainda estamos em fase de adaptação e conhecimento das pessoas e das capacidades das piolhas pelo que ainda parece tudo um pouco etéreo. Mas o mais importante é elas estarem a gostar e estarem a adaptar-se muito bem.

 

O "problema" das horas de saída e tardes livres resolveu-se com coordenação entre nós pais e a minha irmã, já quem no 2º ciclo, naquela escola, não há serviço de ATL. Consigo ter horário para quase todos os dias as poder ir buscar e levar sem que fiquem tempo extra na escola à espera, sem fazer nada. Claro que tive aqui o meu anjinho da guarda a ajudar-me com o meu horário oficial e os meus miolos a elaborar o meu horário da minha atividade paralela, sempre com o das piolhas por base.

 

All in all, tudo está bem e espero que assim se mantenha. Estamos felizes e é o que interessa.

 

 

 

 

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publicado às 09:46

Confesso que ainda não me dediquei a estudar este novo diploma nem sei ao certo quais são as maiores e grandes alterações. Sei apenas que a ideia geral é partir das competências que o aluno já tem e não das suas dificuldades como o faz o atual decreto e que é muito vago.

Até ao final deste mês, tenho matéria de estudo sobre o assunto e depois se verá. Para já, gostei deste apanhado do Público, em especial da tabela, que partilho.

 

 

Avaliação médica deixa de ser obrigatória na Educação Especial

Pais, professores e especialistas elogiam novo modelo que está em discussão pública, mas têm dúvidas sobre a forma como será posto em prática. A ambição é grande mas e os recursos?

PAULO PIMENTA
Foto
PAULO PIMENTA

Os alunos com Necessidades Educativas Especiais vão deixar de ter que passar por uma avaliação médica anual para medir os seus progressos na escola. O novo modelo para a Educação Especial que está neste momento em discussão pública acaba com a preponderância que têm os critérios clínicos, alargando-se, em teoria, a todos os estudantes e não apenas aos que têm necessidades permanentes. A mudança é elogiada por pais, professores e especialistas, que mostram, no entanto, dúvidas quando à sua implementação.

A Classificação Internacional da Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIFIS), uma metodologia da Organização Mundial de Saúde que avalia o grau de incapacidade de uma pessoa, é um dos instrumentos fundamentais da lei actualmente em vigor. Os alunos tinham que passar por essa avaliação, feita em centros de saúde ou em centros de recursos especializados, para terem acesso às medidas educativas especiais.

O instrumento era também preponderante ao longo do percurso educativo. No final de cada ano lectivo, tinha que ser elaborado um relatório individualizado sobre a melhoria dos resultados escolares do aluno e outros indicadores psicológicos e sociais, tendo por base o CIFIS.

A preponderância de critérios clínicos sobre as medidas educativas foi criticada, desde 2008 – quando a actual lei foi publicada, num Governo que era também liderado pelo PS – por vários especialistas. “Esse era o pecado original da lei”, classifica o psicólogo do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), José Morgado, para quem a alteração agora proposta é “um avanço”.

Parecer médico passa a ser facultativo

No modelo que está em cima da mesa, a identificação dos alunos elegíveis para medidas educativas especiais pode ser feita pelos encarregados de educação, docentes ou técnicos, que têm que justificar essa opção junto da direcção da escola. Um parecer médico passa a ser facultativo e destina-se a casos de problemas de saúde física ou mental com impacto nas aprendizagens.

O fim da utilização da CIFIS articula-se com outra mudança proposta pelo Governo na lei da Educação Especial, que terá agora o nome de regime legal para a inclusão escolar: em teoria, as medidas do novo diploma aplicam-se a todos os alunos, prevendo-se para o efeito um conjunto de medidas de que poderão beneficiar os estudantes que demonstrem dificuldades durante o seu percurso escolar, independentemente de terem ou não o que até agora se classificava como necessidades educativas especiais, que pressupunham a existência de um conjunto de limitações significativas. 

PÚBLICO -
 
TABELA  (clicar para abrir)

O diploma de 2008 deixava claro que se destinava a alunos com necessidades educativas especiais “de carácter permanente”, uma expressão que surge várias vezes ao longo do documento. No modelo agora em discussão, “afasta-se a concepção de que é necessário categorizar para intervir”, sublinha-se no preâmbulo da projecto. A ideia será, por exemplo, que uma criança que apresente, num dado momento, especiais dificuldades de aprendizagem, possa ser incluída nas medidas previstas no novo regime de inclusão. José Morgado considera essa solução “positiva”.

Na proposta, o presidente da Associação Nacional de Docentes de Educação Especial Pró-Inclusão, David Rodrigues, nota, de resto, “grandes diferenças na linguagem”. “São conceitos muito actuais e mais em consonância com os documentos internacionais sobre educação inclusiva”, valoriza. David Rodrigues falou ao PÚBLICO a título individual. A associação Pró-Inclusão está ainda a elaborar um parecer para entregar ao Governo sobre a proposta que está em discussão. Todas as instituições contactadas a propósito desta matéria estavam ainda a preparar os seus contributos formais. O Governo alargou o período de discussão pública da nova lei, inicialmente previsto para o final deste mês, até 30 de Setembro.

Dúvidas práticas

A concepção do novo modelo de Educação Especial merece elogios da Federação Nacional de Professores (Fenprof): “Assinamos por baixo o preâmbulo da lei”, diz a dirigente Ana Simões.

O “problema” para o sindicato está “no articulado”, isto é, na forma como a nova visão da tutela para o sector se aplicará na prática. É uma posição semelhante à da dirigente da associação Pais em Rede, Luísa Beltão. “A proposta faz sentido, mas precisamos de ser realistas”, diz.

Para a dirigente da associação de pais de alunos com necessidades educativas a lei ainda em vigor “não foi desenvolvida na maioria das escolas”. “Não há uma única escola em Portugal que consideremos inclusiva”, acusa. Por isso, Luísa Beltrão duvida da eficácia de um novo modelo “muito mais exigente” e que vai ser aplicado num sistema de ensino “que não foi capaz de cumprir coisas básicas e continua a marginalizar estas crianças”.

“Algumas pessoas ficaram perplexas com a dimensão da mudança proposta”, admite David Rodrigues. Por isso defende a necessidade de uma solução de “ponte” entre o modelo existente e a ideia do Governo para o futuro.

Para José Morgado, ainda falta “precisão” à nova lei. E dá como exemplo os novos Centros de Apoio à Aprendizagem, que são apresentados como o principal instrumento do modelo. Neste espaço vão reunir-se transversalmente os recursos humanos e materiais existentes na escola que podem ser aplicados à Educação Especial. Substituirão as unidades especializadas previstas na anterior lei, especificamente destinadas a alunos com multi-deficiência, surdo-cegueira congénita ou autismo.

“Como é que as ideias, princípios, orientações são levadas a cabo?”, questiona o psicólogo do ISPA. “Nada me garante que a cultura dos agrupamentos não tenha uma réplica da estrutura em que os meninos passam muito tempo fora da sala de aula."

Ao PÚBLICO, o Ministério da Educação lembra que a proposta está ainda em discussão pública e que o período para recolha de contributos foi alargado precisamente para “recolher todas as opiniões e sugestões de melhoria”. A tutela assegura também que a mudança entre os dois modelos está a ser preparada: “A sua entrada em vigor será precedida de formação e da implementação do manual de práticas previsto na proposta."

Mais com o mesmo?

A proposta que está em discussão pública faz várias referências aos recursos necessários para a aplicação destas medidas. “As medidas selectivas são operacionalizadas com os recursos materiais e humanos disponíveis na escola”, lê-se numa das passagens do articulado. A ideia repete-se, com diferentes formulações, ao longo do documento, e tem sido interpretada como limitação ao reforço de recursos nas escolas para cumprir o disposto na mesma proposta.

É dessa forma que Ana Simões, dirigente da Fenprof, lê o documento: “Para uma verdadeira inclusão são precisos recursos e isso não pode ser feito quando o texto fala que os recursos são os existentes nas escolas e mais nada."

“Se isso acontecer, poder pôr-se em causa a efectividade da lei”, avisa David Rodrigues da Pró-Inclusão.

Apesar da redacção da proposta de lei em discussão, o Ministério da Educação afasta esse cenário. “Isto não significa que as escolas não poderão contratar mais recursos humanos”, garante o gabinete de Tiago Brandão Rodrigues. Os recursos das escolas devem continuar a “ser maximizados”, segundo a mesma fonte, mas pode recorrer-se a recursos adicionais “sempre que justificado”.

 

 

in https://www.publico.pt/2017/08/18/sociedade/noticia/alunos-deixam-de-passar-por-avaliacao-clinica-para-ter-acesso-a-educacao-especial-1782167

 

 

 

 

 

 

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publicado às 16:01

Uma das muitas áreas de trabalho de terapia da fala. Já também tida em conta e trabalhada com as piolhas.

 

O que é? Como desenvolvê-la?

Ana Lúcia Hennemann

Um dos pré-requisitos essenciais para o processo da alfabetização é justamente a consciência fonológica, no entanto, você saberia dizer exatamente qual o significado dela?  Essa consciência se desenvolve sozinha ou há alguma maneira de estimulá-la?

 

consciência fonologica_neurociencias e educação

 

      Desde os primeiros meses de vida os bebês vão ativando seus mecanismos atencionais voltados aos sons da fala produzidos por aqueles que estão a sua volta, no entanto ele não tem a capacidade de fazer  reflexões sobre as palavras ouvidas, portanto tudo isso são processos não conscientes, ou seja, um bebê não apresenta capacidade para entender que bola rima com cola, que as letras iniciais destas palavras se diferem, habilidades estas que uma criança antes de entrar no ensino fundamental já deve ter construído, pois no momento em que a criança começa a tomar consciência dos diferentes “arranjos” estruturais que compõem uma palavra,  pode-se dizer que ela adquiriu a consciência fonológica (ADAMS, 2006).

      A consciência fonológica é a habilidade de reconhecer e manipular os sons que compõem a fala, ou seja, entender que a palavra falada se constitui de partes que podem ser segmentadas e manipuladas (LAMPRECHT, 2009). Ao ouvir as palavras “bola” e “cola”, o indivíduo poderá perceber (através da consciência fonológica) que as duas palavras rimam, que ambas são compostas de 2 sílabas, 4 fonemas (sons) cuja diferença entre elas reside no fonema inicial.  Portanto, essa consciência é de extrema importância para a leitura e escrita das palavras, principalmente no processo de alfabetização. Ler e escrever requer a habilidade de transcodificar os sons da fala, pois o princípio alfabético é composto de relações entre fonema (som) e grafema (letra) que a criança, ao interagir com estas, deve ir aprendendo a analisá-las, diferenciá-las, aproximá-las, até chegar a compreensão que os sons associados às letras são os mesmos utilizados na fala (ADAMS, 2006).

    Através destes entendimentos é fácil concluir que a aprendizagem da leitura e escrita não são atividades que se resumem apenas na memorização visual das palavras, mas sim, um processo que requer conhecimento das estruturas dos sons da fala (SEABRA, 2013). Por exemplo, uma criança ao interagir com a palavra: “SAPATO”, vai descobrindo que esta pode ser fragmentada em sílabas, que inicialmente podem ser identificados como “pedaços”: ‘SA’, ‘PA’, ‘TO’, ou fragmentada em letras s, a, p, a, t, o, em fonemas: /s/,/a/,/p/,/a/ /t/, /o/, que há outras palavras dentro desta palavra: SAPA, PATO, palavras estas que inicialmente são mais fáceis de serem identificadas, porém no momento em que a criança tiver a consciência de manipular os grafemas e fonemas, poderá formar outras palavras: SOPA, TAPA, PATA, TOPA, PASTO, PASTA, POSTA... Através do exemplo, pode-se perceber que a consciência fonológica é muito mais abrangente que a relação letra/som, ela engloba diferentes modalidades linguísticas, tais como consciência de sílaba, fonema, rima, aliteração.[1]

     Crianças que têm a consciência fonológica bem desenvolvida podem ter maior facilidade na aprendizagem da leitura e escrita, sendo que essa consciência pode ser treinada através de brincadeiras e jogos compatíveis com a idade e o desenvolvimento neurobiológico da criança. Sendo assim, a estimulação precoce da consciência fonológica, proporcionada por familiares e professores (principalmente da Educação Infantil) podem fazer o diferencial em futuras aquisições da leitura e escrita das crianças.

    

  Por exemplo: na aliteração, o uso de trava-línguas:

- O rato roeu a roupa do rei de Roma e a rainha de raiva roeu o resto.

 

    Rimas: declamação de versos ou livros tais como: “Você troca” de Eva Furnari  

 

   

 Sílabas: Brincadeira do pula sílabas:

 Fonemas:  

- Jogo soletrando- soletrar as palavras correspondentes as imagens...

- Ou brincar de: O que começa com o mesmo som de.....



[1] Aliteração são palavras que possuem o mesmo ONSET (ONSET – elemento que vem antes do núcleo (vogal) da sílaba).

Referência Bibliográfica:

ADAMS, Marilyn.[et al] Consciência fonológica em crianças pequenas. Porto Alegre: Artmed, 2006.

CAPELLINI, Simone. GERMANO, Gisele. PROHFON – Protocolo de Avaliação das Habilidades Metafonológicas. São Paulo: Book Toy, 2016.

LAMPRECHT, Regina; BLANCO-DUTRA, Ana Paula (Orgs.). Consciência dos sons da língua: subsídios teóricos e práticos para alfabetizadores, fonoaudiólogos e professores de língua inglesa. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2009.

SEABRA, Alessandra. DIAS, Natalia. Avaliação Neuropsicológica Cognitiva. Vol 2. São Paulo: Memnon, 2013. 

 

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Especialista em Alfabetização, Neuropsicopedagogia e Educação Inclusiva, Neuropsicopedagogia Clínica e Neuroaprendizagem. - whatsApp - 51 99248-4325

Como fazer a citação deste artigo:

HENNEMANN, Ana L.  Consciência Fonológica – O que é? Como desenvolvê-la?  Novo Hamburgo, 05 de julho/ 2017. Disponível online em:  http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2017/07/consciencia-fonologica-o-que-e-como.html



 

 

 

 

 

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publicado às 17:44

Definitivamente, cat people

por t2para4, em 28.06.17

As piolhas tiveram hoje uma saída que envolveu uma visita a um criador de cães local que, entre outras raças, cria Golden Retrievers. O mesmo criador a quem comprámos a Íris, há tantos anos. Já na altura da visita, elas borrifaram-se para os cães e andaram perdidas e felizes da vida atrás de um gato "ginger", como uma delas gosta de dizer. Não ligámos a esse sinal, tão cegos que estávamos com a ideia de que uma cadela Golden Retriever pura iria fazer os milagres que procurávamos e nos quais queríamos tanto acreditar. Não fez e a história correu mal. Doi até hoje (mais pormenores, cuscai no blog, não vou por links diretos).

 

A verdade é que elas são definitivamente aquilo que, em inglês, se define como cat people. Em Caminha, quando regressávamos da nossa ida relâmpago a Santiago de Compostela, encontrámos uma gata preta e branca (semelhante ao nosso Silvestre) numa das ruelas que rodeiam o forte. Chegaram-se logo a ela e ela aceitou miminhos e festinhas delas mas recusou que o marido se chegasse perto...

O mesmo se passa com o gato que passeia pelo meu local de trabalho.

E com os gatos que encontramos na rua...

 

Não foi diferente aqui. Enquanto todos os coleguinhas se encantavam com os cães e cachorrinhos, as piolhas deleitavam-se com os gatos e a nova ninhada que por lá andava. "Um ginger, um parecido com o gato da T., um Quico mas não era igual ao nosso Quico e os outros eram todos brancos. E não deixaram pelos no nosso colo". Enquanto os gatos se afastavam dos outras crianças, deixavam-se cativar pelas piolhas (as mesmas crianças, ou seja, as minhas filhas que eu jamais levaria para uma loja da Vista Alegre e até tremo quando entram na Ótica de um familiar... ).

 

Não pretendo, nem por um milésimo de segundo, desvalorizar o que quer que seja que se faça com cães de serviço e a sua importância; apenas quero mostrar que o autismo, a PEA das minhas filhas, talvez esteja numa outra parte do espectro no que respeita a animais de apoio. Elas sentem-se incomodadas por cães, independentemente da sua raça - tal como a minha irmã -, elas afastam-se instintamente de cães, não importa o tamanho. Por outro lado, adoram gatos, sentem-se atraídas pelos felinos, são enigmáticas e fazem lembrar um gato em alguns dos seus comportamentos, não sei explicar bem, apenas se nota, ao olhar para elas e para a relação delas com gatos, que são mesmo cat people. E até com isso e nisso podemos ver aprendizagem. Não precisamos de seguir a norma quando há algo mais fora da norma que também funciona - ainda para mais se é fofinho e com umas orelhinhas pontiagudas e um bigodes... 

 

Sou uma cat person, sem dúvida. Mas as piolhas são mais. Passei a olhar com outros olhos - uns olhos agradecidos - para os gatos quando o nosso Silvestre, ainda um juvenil, aguentou um meltdown dos feios de uma das piolhas, sem sair de perto dela, enquanto ela o agarrava e ele nem uma unha pôs de fora... Só saiu quando ela deu sinais de se acalmar - para voltar segundos depois, como para se certificar de que estava bem antes de tirar tempo para si mesmo. Acho-os muito parecidos com as minhas crianças. Com comportamentos muito autistas... Este episódio marcou-me. E a relação delas com este animais parece diferente...

Dá que pensar, não?

 

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 (os gatos são ou não um pouco autistas? Eu acho que os nossos são uma cópia felina das piolhas ;) )

 

 

 

 

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publicado às 23:11

Deve ser do tempo...

por t2para4, em 15.09.15

... ou então do mês!!!

 

Como já devem ter-se apercebido pelo que vou comentando, estamos oficialmente sem notícias televisivas desde novembro de 2014, mais especificamente, desde o dia da prisão de Sócrates. E, já que as mudanças começaram a ser bastantes - e para melhor! - optámos também por reduzir o consumo de TV, pelo que, a televisão da cozinha passou a ser monitor do computador do marido. Não há TVs nos quartos. Temos uma única e fica na sala.

 

Desde então, tem sido um tirar a barriga de misérias de desenhos animados a qualquer hora, séries novas e antigas com temporadas acessíveis a qualquer instante e até gravações automáticas (e nem menciono a loucura dos canais de música).

Continuamos informados com o que se passa no mundo: lemos as notícias, os cabeçalhos, os comentários, em papel ou formato digital gratuito. Para desgraças chegam alguns momentos das nossas vidas, não temos que pagar para ter acesso a ainda mais desgraceira.

 

Ora, em certas alturas, eu bem digo que a ignorância é uma benção. Mas há pessoas que abusam dessa benção e são apenas burras - sem ofensa aos bichos que até são bem simpáticos. O que diabo passou pelos poucos neurónios do nosso vice??? Fizeram curto-circuito, queimaram das férias, ainda não se aperceberam que a silly season já terminou, estão numa de salazar (deus, pátria, família), deu-lhes simplesmente? Então, o papel da mulher (e só da mulher, note-se) - que, eu até posso estar enganada - mas acaba por contribuir tanto ou mais do que o homem para a sociedade portuguesa atual que temos -é [saber] que têm de organizar a casa e pagar as contas a dias certos, pensar nos mais velhos e cuidar dos mais novos"?

Uau, quase que me sinto impelida a fazê-lo! É que, nesta visão simplória e estado novista do atual vice, eu ando aqui a matar-me com trabalho, a fazer descontos para a Segurança Social, a esfalfar-me com horários quase nunca compatíveis com os do meu marido, a conjugar vida profissional com vida familiar sem nunca descurar uma nem outra, a fazer cursos e especializações e o diabo a sete porque o (des)governo assim se lembra (ou seja, casa, trabalho, estudo e família com duas crianças com NEE) para quê?

Poderia estar tão bem em casa, mas sabe, vivendo num T2, a organização é rápida e em menos de uma semana eu até poderia começar a organizar os apartamentos dos vizinhos; a pagar as contas a dias certos - não sei se sabe, sr vice, existe uma coisa que os bancos têm que se chama débito direto. Às vezes, ajuda um bocadinho a aliviar essa pressão de pagar as contas a dias certos. E, claro, nos supermercados, acho que o Ti Belmiro ou Ti Jerónimo não devem aceitar livros de assentos, pelo que o pagamento é na hora, imediato, percebe? -, a pensar nos mais velhos - talvez, para aí nas merdas que as minhas avós fazem, apesar de terem idade para ter juízo, tipo andar sem comer um dia inteiro ou passar frio porque é mais importante poupar a reforma para algum filho desgovernado a gastar ou mentir à descarada no hospital, por exemplo, ou lembrar-se de sair de casa a meio da noite e preocupar toda a gente - e cuidar dos mais novos - vou ser muito honesta, de facto, dava-me jeito poder cuidar mais das minhas filhas mas se as obriga a ir à escola como o posso fazer? É que, sabe, os miúdos têm cerca de 7h por dia que são passadas na escola! Tem que se decidir, sr vice, ou recuamos aí uns 60 anos ou vivemos um século XXI! Este "não é carne nem é peixe" não dá com nada! 

Por acaso, o senhor já se armou em mulher hoje? Já pagou as suas contas a dias certos, pensou nos mais velhos e cuidou dos mais novos? Já organizou a sua casa, antes de a entregar a outros? Já tratou de assuntos prementes como Educação Especial atempada, justa e para quem precisa, mesmo? Já tratou de averiguar o que diabo anda o seu ministro a fazer todos os anos com os concursos de professores? Já tratou de assuntos pendentes, tipo dinheiro de submarinos que deveria era estar na Seg Social, para quem cá vive e quem cá trabalha e quem cá desconta?  É que quem é incapaz de arrumar a sua própria casa, não deve mandar bitaites na casa dos outros! E isto, aprendi com os mais velhos!

 

Eu bem digo que este mês nunca mais acaba. Setembro é, sem dúvida alguma, a 2ª feira do resto do ano. E, agora, sinto-me algo impelida a evitar também com a imprensa escrita...

 

 

 

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publicado às 16:38

O dia em si começou bem mais cedo - na semana, aliás, vária semanas antes. Este ano, apesar de, muitas vezes, ter dito a mim mesma que não voltaria a repetir proezas deste género/por que raio não fico quieta e sossegada no meu canto/por que me meto eu nesta scoisas sozinha, já tinha feito um esforço tão grande na conceção de propostas, já tinha dado a cara em tantas ocasiões que, simplesmente, não podia desistir.

 

A exposição de desenhos do ano passado, depois de ter estado exposta em outros locais ao longo do ano, migrou para outra escola. A receção foi espantosa: ainda eu estava a colocar o 2º ou 3º desenho e já tinha imensos meninos a perguntar-me o que era aquilo e se eu iria explicar-lhes alguma coisa. 

Este ano decidi não expor apenas; quis também que os "visitantes" tivessem um espaço seu onde dessem asas à sua criatividade e mostrar as nossas diferenças. Eu sou diferente porque tenho mau feitio, sou alta, falo muito, sou organizada, estudiosa, etc. Só vos digo que, tive coisas fan-tás-ti-cas escritas!!! A minha preferida foi esta: "Não sou autista mas também vivo no meu mundo!". 

 

 

 

 

 

 

A história que escrevi para abril passado, "As Ervilhas Especiais", foi contada a todas as turmas com que me cruzei, com o devido aval do agrupamento de escolas e coordenação. A turmas com quem já tinha estado, contei a continuação, "As Ervilhas Especiais vão à escola"

Foi muito interessante ver o que entenderam, com base nos seus trabalhos. Em grupos mais pequenos, decidi distribuir umas peças de puzzle em cartolina, de várias cores, para que os alunos desenhassem o que quisessem, baseado no que tinham acabado de ver e ouvir. No final, montei tudo e colei numa cartolina maior. Ficou fantástico.

 

 

 

De manhã cedo, iluminei um cantinho da Igreja Matriz. Este ano, o 2 de abril calhou em plena Quaresma, a Igreja estava mais sombria e havia novenas (às 8h30!!! Puxa, haja fé!), por isso, limitei-me a colocar o arranjo e a vela acesa. O cartaz que fiz para explicar o porquê da vela azul acesa, estava no placard da entrada.

 

 

 

Para a palestra "Consciencializar para entender - Autismo", coloquei uma informação breve na entrada da biblioteca da escola principal e uma peça de puzzle onde as pessoas pudessem deixar uma mensagem, se quisessem.

Para não ser apanhada desprevenida, enviei um convite a todos os pais/encarregados de educação de duas escolas, para estarem presentes, onde pedia confirmação. Assim, num universo de cerca de 450 pessoas, tive cerca de 50! Nada mau!!! Pensei que não viria ninguém pois, como não podia fazer a sessão em horário pós-laboral e não queria que os funcionários da escola fizessem horas extra, o horário não era lá muito conveniente para a maioria das pessoas. Ainda assim, houve um esforço das pessoas para estarem presentes, vestir azul e até levar os filhos!! Foi tão bom (re)ver os meus alunos (alguns são emprestados :) ) e estarem prontos para ouvir algo bem diferente pois, desta  vez, eu iria falar para adultos.

Foi maravilhoso ver que as pessoas estavam genuinamente interessadas e que, apesar de o autismo e toda a temática envolvente ser um assunto muito complexo, estavam dispostas a aprender e a tentar perceber um pouco mais. Deixei claro, logo no início, que não defendo nenhuma metodologia em detrimento de outra nem pretendo transmitir informações médicas ou substituir quem quer que seja.

Fui extremamente honesta e sincera. Eu sei que há imensa gente contra este movimento azul (chamemos-lhe assim) por este mundo fora, mas, na minha perspetiva, na atual conjuntura económica e social deste país, se não se fizer nada para dizer que existe uma perturbação chamada autismo e que é preciso apoios - e não estou a falar de dinheiro mas sim de técnicos, de professores, de tarefeiras que saibam o que fazem, de pessoas aptas e competentes -, ninguém saberá o que se passa. É simples.

As mensagens finais, os "obrigados" sentidos deram sentido (sim, é isso!) à minha tentativa de consciencialização e agradecer não ter desistido, apesar do trabalho e do cansaço.

 

 

 

 

(um aparte caricato: antes da sessão, o salto da bota partiu. Passei aquela cerca de 1h30, de salto sim/salto não :) ninguém notou ah ah ah. Próximo passo: reclamação. É o 2º par de botas novas que ficam sem tacão inteiro em menos de duas semanas.)  

 

 

 

 

No final, as piolhas vieram ter comigo e, após alguma conversa com algumas das pessoas presentes (e da possibilidade de projetos futuros), lá fomos para casa.

Nessa noite, depois do trabalho e já de madrugada, o marido ainda andou a tirar fotografias aos edifícios iluminados de azul. Este ano, a nossa câmara iluminou muitos! Durante alguns meses que fui travando algumas conversas e trocando emails e informação acerca das iniciativas que pretendia levar a cabo. Foi muito bom ter tido o interesse por parte deste organismo. 

Que fique absolutamente bem claro que não recebi um único cêntimo de absolutamente ninguém para levar a cabo o que levei. Tudo o que fiz foi comunicar o que eu pretendia fazer. A partir daí, podendo inserir-se em projetos já existentes, foi uma questão de articulação e interdisciplinaridade. 

 

Entretanto, a mensagem foi passando e o t2para4 foi destacado aqui, pela Sofia, e aqui, pela Andreia, a escritora de um dos livros que usamos e abusamos extra escola e que me foi oferecido pela minha irmã. O meu/nosso muito obrigada, pelas piolhas - as minhas - e todos os outros por aí que bem precisam de ser tratados com dignidade e respeito. 

 

Para terminar, deixo-vos uma amizade geométrica. Partilhado por uma "autism mom", não hesitei um usá-lo. E é tão simples chegar à conclusão certa... Tão simples...

 

 
No Facebook, em breve, as fotos de um dia azul :)

publicado às 22:22

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