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Fomos ali ao passado, num instantinho...

por t2para4, em 23.07.23
Feira medieval de Coimbra 2023
Fazia parte dos nossos planos, desde que fora anunciada. Fomos só hoje, um bocadinho de manhã. Foi muito bom, mesmo. Há coisas que são tão bem feitas e num contexto tão bem enquadrado que não custa ir ver e embrenharmo-nos. Apesar de haver alguma confusão e muito muito barulho, foi bastante tranquilo. Já são muitos anos de amadurecimento e exposição, além disso, estávamos ali de total boa vontade da parte delas.
Tirámos as velhinhas Canon do seu poiso protegido: uma é da idade das piolhas, a outra consegue ser ainda mais velha (e elas já fazem 16 para a semana...). É muito bom ver este novo interesse, que tem objetivos definidos. E ver que há fotos espetaculares!!!
Vimos a arruada pelo burgo (entende-se, largo da Sé Velha) e a abertura do mercado pelo governador, com música fantástica, atuação de grupos na chamada de homens para a guerra e treino com armas, rimos muito com as ameaças do carrasco e acredito que fizemos memórias muito boas. O grupo é de Andaluzia e são os Alota del Tinto muito expressivos, dinâmicos e sempre a interagir com o público.
Ainda tive uma pequena conversa muito agradável com um casal francês que não percebia o português estranho do padre que ralhava connosco por termos aplaudido a dança sensual dos otomanos...
Foi uma comédia explicar-lhes (às piolhas, claro) que o Quebra-Costas nunca partiu literalmente costas a ninguém e que está mais relacionado com mitos e degraus íngremes (outrora escorregadios) do que com quedas aparatosas (ninguém queria ficar com os cursos por terminar, não é verdade?).
Foi outra comédia tirar fotos à mãe a ser "ameaçada" pelo carrasco e a fazer olhinhos ao Capitão América que está na baixa... E isto porque prometi não fazer figurinhas ao pé da vaca e controlar-me perto do pirata. Ficaram fotos brutais.
Férias de verão também é isto. Coisas simples, grátis, muito agradáveis e com algum cariz de aprendizagem. E sestas no sofá, à tarde, claro.
 
 
Pode ser uma imagem de 2 pessoas, rua e texto
 
 
Pode ser uma imagem de 9 pessoas, o Muro das Lamentações, multidão, Piazza di Spagna e texto 
 
 
 
 
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publicado às 19:46

Quase, quase...

por t2para4, em 16.07.23

Pode ser uma imagem de 3 pessoas e texto que diz "SOMERSBY ERSBY POPO"

 

Ainda não estamos de férias, embora ansiemos quase desesperadamente por elas...
Eu ainda estou de serviço, as piolhas ainda estão em estágio profissional. Mas, apesar do trabalho, vamos tentando passar a mensagem subliminar de que, brevemente, estaremos na fase do não fazer nada, do não ter planos, do dormir até apetecer e quando apetecer. Por isso, abundam os pratos de verão, as bebidas, os gelados, os filmes até mais tarde, os ensaios de bateria para a audição (um misto de prazer e trabalho), as saídas (com ou sem elas, porque, nesta fase já atendemos aos seus pedidos), as aprendizagens de autonomia (que, aqui, envolvem culinária, domesticidades, idas a lojas e serviços, home office - dá para uma publicação, noutra altura).
A ordem é descanso, quase absoluto. E a ordem vem do médico e da terapeuta: nada de estudo, férias para serem férias, descanso à seria (espero que seja só mesmo descanso mental pois tenho algumas tarefas ainda em mente) e relaxar mesmo.
Para já, um dia de cada vez e usufruirmos em família de momentos bons das mirins cá de casa.
 
 
 
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publicado às 22:43

O balanço do 1º ano do secundário

por t2para4, em 01.07.23

Aceitação.

Aprendizagem.

Autonomia.

Estudo.

Trabalho.

Inclusão.



Foi um ano de desafios: nova escola, novos professores, novos conteúdos, novas rotinas, novos horários e... novos colegas. E o medo de falhar, de ser maltratada pelos pares, de não perceber as situações e comportamentos sociais dos seus pares, de sofrer e ter de enfrentar novos monstros.

A nossa escola é tolerância zero em bullying. A turma é fantástica e com miúdos com o coração no sítio certo. Os professores não toleram nem potenciam situações dúbias ou de agressão (em qualquer das suas formas). Há um objetivo bem delineado a cumprir. Há um projeto educativo envolvente, abrangente e inclusivo. Há pessoas que formam a escola como ela é. E é aqui se nota toda a diferença.

Foi um ano pleno, cheio de conquistas, com trabalhos fenomenais e disciplinas de teor universitário concluídas com sucesso, de médias surpreendentes e de muitos planos já a pensar na reta final daqui a dois anos, de ingresso num mercado de trabalho com todas as suas vicissitudes, de dar o primeiro passo e arriscar. Foi um ano de crescimento para elas e para nós. Foi árduo mas recompensador. E foi um ano de acompanhamento, de dedicação de todas as partes envolvidas, de honestidade e de inclusão. Porque ela existiu de facto e não posso deixar de o referir.

Em 3 anos, vi, pela primeira vez, que iam felizes (e realizadas) para a escola, que gostavam das suas pausas para café, de estar com os colegas a falar de música e a fazer planos para as atividades escolares, que sentiam a sua sala de trabalho como sua mesmo e com a obrigação de cuidar desse espaço, que foram - acima de tudo e mais importante - a E. e a B., antes de qualquer outra coisa. São a E. e a B., assim, simplesmente, sem mais epítetos ou acréscimos ou diagnósticos. Foram logo recebidas pelo seu trabalho anterior (uma espécie de portfolio) e encaminhadas de acordo com o seu potencial; a sua inserção no diploma legal em vigor foi cumprida com naturalidade.

Estamos gratos e somos afortunados. Sentimo-nos em equipa, focada num grande e comum objetivo.

É ensino profissional, é dupla certificação, é teoria e prática, é estágios integrantes logo no 1º ano, é trabalho contínuo com a noção de que o futuro é já amanhã e com saídas dignas e variadas - incluindo o ensino superior. É a melhor escolha tendo em conta o seu perfil e não nos arrependemos nem por um segundo.

Venham daí os anos que faltam porque vontade não falta e coragem também não.

 

 

 

 

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publicado às 17:40

Back to vinyl

por t2para4, em 11.06.23
Numa casa onde já nem existem leitores de CD ou sequer CD e até os carros passam música de forma totalmente digital, ainda somos - nós pais - surpreendidos com um pequeno e nostálgico regresso ao passado, a pedido das nossas filhas, musicalmente bem educadas e com excelente gosto musical (estivemos bem, nessa área - palminhas para nós): os seus primeiros e desejados vinil. E a sua secção preferida na FNAC 😁
Piolhas, só boas músicas 😉
 

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publicado às 13:54

As irmãs

por t2para4, em 30.05.23

"E elas dão-se bem?"
Tentámos e esforçámo-nos muito e ainda hoje reforçamos que devem ser sempre as melhores amigas uma da outra, até porque, ninguém as compreende e entende tão bem como uma à outra. Claro que nem tudo são rainbows and butterflies - elas pegam-se forte e feio, como qualquer irmão, em qualquer relação saudável. Estranho seria se não o fizessem e eu, certamente, escreveria sobre isso :)
O engraçado é mesmo a relação de parentesco e de amizade que têm. Já saem juntas, sem os pais. Incentivamos a que o façam e até damos dicas de onde ir e do que podem fazer. Não são muito dadas a saídas à noite, com demasiados estímulos e barulhos, nem são moças de ficar a fazer sala depois de tomar um café. Ir almoçar a casa de alguém ou a um restaurante é mesmo isso: comer. E comer não é fazer sala e estar na converseta. Sinceramente, acho isto o máximo. Não dão prejuízo à casa :D
Trabalhamos cada vez na sua autonomia. Não somos de proibições tolas nem de medos absurdos e, nesta fase em que confiamos cada vez mais no que já são capazes de fazer, não faz sentido não as deixarmos dar as suas cabeçadas. Até porque, em comparação com alguns dos seus pares, são até bastante maduras para a idade e não deixa que os seus comprometimentos as impeçam de avançar.
Começamos a notar, subtilmente, uma diferença nos seus gostos: as preferências musicais mais alternativas numa e mais puras noutra; as roupas mais à millenial numa do que na outra que opta por coisas bem menos skinny; nuns dias é para serem totalmete diferentes e noutros quase iguais como gotas de água; os interesses que parecem começar a divergir e trazem outra riqueza à partilha uma com a outra; a seriedade e a criatividade com que encaram os desafios... São gémeas idênticas sim, mas tão diferentes.

"E dão-se bem contigo?"
Que remédio :P não sou a melhor amiga delas - nem faço questão, pois esse não é, de todo, o meu papel - sou a mãe delas e ajo como tal. Mas temos muitos e bons momentos de cumplicidade: quando fazemos spas capilares caseiros ou estamos no telemóvel a escolher roupas para adicionar a um carrinho que nunca será levado até à compra final ou quando combinamos saídas, por muito simples que sejam, ou quando pensamos em jantares simples que envolvam massa quando o pai está nos turnos da tarde ou quando cantamos em altos berros no carro ou até, ainda que, às vezes, com má vontade, vamos ao ioga juntas ou rimos muito com disparates que vemos no TikTok.
E, claro, também se dão muito bem com o pai. Aliás, até têm um nickname para ele que eu acho o máximo. São de uma espontaneadade muito grande com ele e confiam. E isto, a confiança que têm em nós e o saberem que podem SEMPRE contar connosco, são uma segurança enorme para elas e para nós.
Não fazemos muitos planos a longo prazo até porque, após tantos anos a levar um dia de cada vez, planear a médio e longo prazo parecem coisas muito difíceis e irreais de se fazer. Mas temos algumas ânsias que desejamos que se cumpram.
Para já, vamos vivendo um dia de cada vez, preparando-as o melhor possível para um amanhã. Depois se verá.

 

 

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publicado às 14:03

A partir do momento em que não tivemos mais serviço para fazer nas escolas, eu e as piolhas, dedicámo-nos ao descanso e a outras atividades. Precisamos, merecemos e é-nos muito necessário. Porque, sem culpas, é preciso parar para recuperar e isso não é desistir, é descansar para continuar.


Então, se não trabalharam nem estudaram, que fizeram?

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- mantivemos as aulas de bateria, natação e ioga e a mãe fez gazeta (lá calha, e, sinceramente, essa coisa dos semestres dá-me cabo da cabeça, portanto, a mãe fez gazeta e esteve com as filhas)
- cuidámos da gata que ficou doente, com muitos cuidados, até ter recuperado por completo
- fizemos atividades de Páscoa, programadas inteiramente pela tia
- dedicámo-nos à séria a uma spring cleaning em que nem os edredões de inverno escaparam
- mudámos algumas coisas em casa - ora, não servissem as limpezas profundas também para isso -, doámos muitas coisas e exterminámos outras tantas (como diz uma amiga nossa)
- a mãe leu muito: enquanto esperava pelas piolhas, pelas máquinas de lavar, à hora da ceia; nós desenhámos como se o mundo dependesse disso
- comemos imenso pão (ai mai godji, tanto pão que se comeu nesta casa, nestes dias), com tulicreme, manteiga, chocolate de avelã - you name it. E panquecas, que a E. já aperfeiçoou a sua técnica e agora não quer outra coisa
- experimentámos pizzas à la nossa moda com ingredientes inesperados e jantares improvisados que lembravam pequenos-almoços ingleses
- atualizámo-nos em relação a séries
- vimos flores, tirámos fotos, tentámos fazer coisas novas, íamos estragando a plastificadora e ficámo-nos pelo que é simples
- voltámos a tentar conduzir e fazer manobras simples
- repetimos rituais em lugares sagrados, mesmo não sendo religiosas, mas sempre com respeito e saber-estar
- fomos a festas
- pegámo-nos como se pegam os irmãos e ouvimos ralhetes dos pais
- dormimos até mais tarde e a mãe fez sestas
- voltámos a jantar em tabuleiros nos sofás da sala (com muuuuuito cuidado)
- apanhámos secas porque a mãe assim o exige e porque parece que a vida real também
- houve cenas de gaja com cera por todo o lado, pinças e vernizes

No fundo, fizemos imenso mas nada relacionado com a escola. E, no fundo, sabia bem mais uma semana...

 

 

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publicado às 15:34

O mundo também é delas

por t2para4, em 17.10.22

A maternidade custa muito e dá muito trabalho. Ser-se mãe ou pai de crianças com necessidades específicas acresce um outro nível de trabalho ao já existente. Não é à toa que, muitos estudos acabam por encontrar níveis de stress equivalentes aos do Síndroma de Stress Pós-Traumático ( https://www.ptsduk.org/causes-of-ptsd-caring-for-a-child-with-a-complex-medical-condition-or-disability/ ou https://encyclopedia.pub/entry/2120 por exemplo), em cuidadores de crianças com algum tipo de deficiência. Viver em família é difícil; viver em comunidade, então, é um desafio constante.
O nosso diagnóstico de autismo é aberto a todos, ou seja, nunca foi segredo, as próprias autistas sabem o que lhes calhou no jogo da lotaria genética/epigenética/ambiental, a escola tem acesso aos relatórios em como técnicos e outros que deles necessitem para um trabalho apropriado. Nunca omitimos informações alusivas ao autismo, sempre seguimos as indicações de tratamento e acompanhamento, fizemos os testes necessários para despiste genético (dentro do que a medicina, na altura, dispunha - agora não faz sentido repetir, anexando mais marcadores, pois sabemos que será genético multiplex, visto haver mais casos na família), sempre proporcionámos as adequações necessárias para que as piolhas pudessem chegar mais longe (psicomotricidade, natação, aulas de música, etc.), sempre viajámos com elas, propusemos vivências que permitissem e potenciassem o seu desenvolvimento.
E, desde bebés, mesmo sem sabermos que havia ali uma perturbação do desenvolvimento, elas acompanhavam-nos para todo o lado. E, apesar de, neste momento, já estarmos num nível muito à frente, ainda o fazemos, porque sim, porque elas gostam e querem, porque é assim que fazemos. Quantas vezes, depois de percorrermos centenas de km e de termos feito a preparação, mostrado o itinerário, falado do que faríamos, havia um ou outro imprevisto e lá se ia a nossa viagem pelo cano... Vinha o descontrolo, a ansiedade, as birras, o choro, a negociação, a chantagem, a espiral de desespero e as ameaças "nunca mais voltamos a sair juntos" ou "não volto a sair com vocês"... E, na próxima vez, fazíamos tudo de novo e lá tentávamos mais uma vez, sempre a insistir, sempre a levá-las, sempre a arriscar.
Hoje, ainda que a ansiedade do desconhecido tente espreitar, já não impera e conseguimos ir cada vez mais longe e até alterar planos no último instante ou já na viagem e elas lidam muito bem com isso, desde que bem explicado. Conseguem sair comigo e ir a um restaurante, a um café, a uma festa e conviver (à sua maneira) com quem está presente e tenho de ser eu a "empurrá-las" para irem e arriscarem a estar sem mim ali ao lado, podem estar sozinhas, numa situação social.
Era sobejamente criticada por as levar para todo o lado comigo, às vezes, ainda no carrinho porque fugiam e não tinham noção do perigo, ou bem agarradas à minha mão, uma de cada lado: às compras, fazer pagamentos, a repartições públicas, a reuniões, a aviar recados, etc. Os avós ficavam com elas, claro, sempre que necessário, mas também era preciso este treino de competências e que deu frutos: hoje conseguem gerir os estímulos e tolerar muitas situações, sabem fazer alguns exercícios simples de antecipação (jogo da mente) e até serem autónomas em muitas decisões e tarefas. O esforço, o sacríficio por que passámos resultou e as bocas que nos mandaram resvalaram na couraça da nossa indiferença e veem-se hoje desfeitas. Nunca tive vergonha das minhas filhas - pasme-se, nunca tive vergonha do autismo. Tenho é vergonha de quem foi ignorante a ponto de sugerir isolamento e de se meter onde não era chamado.
O caminho que percorremos até agora foi feito com curvas e contracurvas, com muito custo, muito trabalho, a desbravar acessos, a reivindicar melhorias, a fazê-lo com as nossas próprias mãos (tantas vezes, sozinhos). Não me arrependo nem um minuto do que fizemos até agora. E não pararei nunca, exceto se elas mo pedirem. Até lá, seremos sempre a retaguarda delas, a defesa delas, o resguardo delas. E não as esconderemos do mundo. O mundo também é delas.


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publicado às 14:03

Este ano decidi não correr mais do que o estritamente necessário e, claro está, poupar também no combustível e nas refeições à pressa, fora de casa ou já feitas. Não estamos em época de vacas gordas e, muito sinceramente, estou farta de correr atrás de foguetes e de pagar para trabalhar. O que eu tenho este ano, como professora contratada em horário incompleto, sem acumulação, traz-me tudo aquilo de que eu - e, principalmente, as minhas filhas - precisamos. Os julgamentos que outros tecem a esta decisão conjunta - em família -, não me interessam até porque já diz o sábio do meu marido, pimenta no cu dos outros é refresco.
Assim, apesar de já estarmos quase no final de setembro, ainda estamos a organizar-nos. Os meus níveis de dopamina estão em alta quando se trata de preparar materiais e dar aulas mas muito em baixo quando preciso de tratar de burocracias, coisa que, pois claro, tenho arrastado até à exaustão mas de que não posso escapar. O começo das aulas tem sido tranquilo para todos os envolvidos e desejo profundamente que assim se mantenha. Já temos os nossos horários de atividades extra conjugados (e não me venham cá chatear com as atividades porque, à exceção das aulas de bateria, todas as restantes atividades são em forma de (fisio)terapia), tempo livre para descansar (sim, este ano faz parte das nossas prioridades) e espaço para termos tudo feito sem sacrifícios, sem dramas, sem roubar tempo a outras coisas.
As refeições são mais prazerosas de se pensar e de se preparar, há tempo para as fazer com calma, há até espaço à criação de lanches saudáveis e diferentes do habitual pão com manteiga e iogurte (opção nº 1 das piolhas). O mesmo vale para mim, claro. Continuarei a fazer as habituais marmitas, pois é económico, rápido e um excelente aproveitamento de sobras de refeições. E, na minha hora de almoço, poderei avançar com outras tarefas depois de comer, uma vez, que sobra tempo.
 
Será um ano diferente e exigente, com muitos desafios novos para todos. Eu voltei temporariamente à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (é desta que farei as pazes com os meus demónios do passado :D ) e quero fazer coisas novas na escola, as piolhas já têm ideias fantásticas de projetos para desenvolver e o marido anda entusiasmado com formação nova. E, continuamos a conjugar tudo com a nossa vida familiar, pessoal e laboral.
Setembro tem sabor a janeiro. Aliás, em janeiro não fazemos metade do que fazemos em setembro, igualmente longo, apesar dos seus meros 30 dias. É o mês dos regressos e das rentrées. Espero que sejam bons prenúncios.
 
A primeira semana de aulas foi uma semana intensa. Não tanto a nível de trabalho mas a nível emotivo. Tantas coisas novas e tantas expectactivas e tanta cautela... Mas também tanta coisa nova aprendida e apreendida! Idas para casa a pé; gestão de mochilas, que usam quando e se quiserem; utilização de novas app e plataformas; preparação para um amanhã que ainda dista no tempo mas para o qual já se organizam e tantas ideias boas.
O que nos surpreendeu mais e nos obrigou a ir buscar os babetes delas para colocarmos aos nossos pescoços foi grande, verdadeiramente grande: aprenderam a trabalhar em grupo... em separado, de forma voluntária; cada uma trabalha com uma equipa diferente e foi acordado entre elas, sem sugestão ou imposição dos professores, trabalharem separadas. E, com tudo o que isso acarreta, trabalhar e socializar com os novos colegas, traçar objetivos, atingir resultados - sem a influência uma da outra.
E, para além disso, lidar com o imprevisto de não poderem ir a casa almoçar quando já está tudo planeado e terem de encontrar alternativas extra escola. Acabaram por ir a um pequeno restaurante sozinhas, pela primeira vez, onde fizeram tudo direitinho, incluindo pagamentos e trocos. Até trouxeram o talão - coisa que soube porque, pois claro, acabámos por averiguar, mais tarde e sem elas saberem, como tinha corrido. E ouvimos muitos elogios.
Estou verdadeiramente feliz. Deram um pulo de crescimento em autonomia. Para pais típicos isto tudo serão peanuts mas para nós isto é algo mais do que sonháramos... é um esperado inesperado muito desejado e com um sabor a vitória indescritível. Temos as condições favoráveis para que este "pulo" tivesse ocorrido. E o desenvolvimento e a aprendizagem surgem. E isto vale tão mais e tem tanta importância que não dá para transmitir em palavras.
Elas estão de parabéns, nós estamos orgulhosos e todos estamos a fazer algo bem e bom. E as pessoas certas nas nossas vidas permitem que isto possa acontecer.
 
 
 
 
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publicado às 15:37

A isto chamamos maturidade e integridade

por t2para4, em 31.08.22

Foi sugerido às piolhas, por amigos, que contactassemos os Coldplay explicando que não conseguimos bilhetes para nenhum dos concertos apesar de vivermos aqui ao lado quase, apelando ao lado inclusivo da banda, expusessemos a condição de autistas delas e justificando que elas gostam das suas músicas.
Falei com elas e elas, mais uma vez, mostram que são maiores que este mundo.
"Mãe, nós sabíamos que podia ser difícil conseguir bilhete e não faz mal não termos conseguido. Nós queríamos ter comprado pelas vias habituais, como nós tentámos e tu foste para a fila. Não queremos usar o autismo para passar à frente de ninguém e não queremos ser injustas. Vamos ter outras oportunidades, está tudo bem."
Quem tem as melhores filhas do mundo, quem é? Ah pois é bebé! Estas miúdas são qualquer coisa! Palminhas para nós e para elas e palmadinhas no ombro!

 

 

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publicado às 20:32

É à fartazana... e acabámos sem nada

por t2para4, em 25.08.22
São 4 (quatro!!!) concertos na nossa cidade, quase ao lado de casa... As piolhas têm nas suas preferências top Coldplay, além de Linkin Park, Maroon 5, Imagine Dragons, The Score, Bishop Briggs. Assim que souberam que haveria um concerto em Coimbra (em Coimbra, carago!!!!) pediram para ir. Certifiquei-me de que percebiam a dimensão do evento: ruído, pessoas, movimento, distância em que poderíamos ficar em relação ao palco, preços, espera, confusão. Anuíram a tudo e pediram para comprar os bilhetes. Caramba, o primeiro concerto das minhas piolhas, a pedido delas!!!

Preparámos tudo online. Fui para a fila na Worten. As datas iam esgotando de 15 em 15 minutos e de 3 em 3 horas abria uma nova data. O pai, online, com as plataformas todas em espera e/ou em baixo. E eu lá fui aguentando e perguntei se arriscaríamos o relvado. Elas lá disseram para arriscarmos. Chegou a minha vez e não havia lugares para nenhuma das 4 (quatro!!!!) datas confirmadas e nenhum lugar juntos, nas bancadas mais baratas. O orçamento não vai para além do relvado. Desisti. E elas ficaram muito tristes pois houve colegas que conseguiram sem esforço... E, nós explicámos com calma que, um dia terão novas oportunidades de ir a um concerto, mesmo que não seja em Coimbra. E que talvez não seja suposto. Há outras prioridades e o que não gastaram (pois seriam elas a pagar os bilhetes) poupa-se. Haja limite na loucura.

 

@coldplay see you in another lifetime. My girls were ready to go but I guess life has other plans for them in May...

 

@everythingisnewpt lamento a (des) organização. A abertura de datas de 3 em 3h gerou uma confusão tal que havia bilhetes de todas as datas à venda quando já estavam cartazes e redes sociais entupidas com a faixa "esgotado". Online, nada foi atualizado. Filas de espera virtuais para um evento esgotado... Novas datas que não surgiram nas páginas oficiais. Se houvesse outro tipo de coordenação nas datas, talvez os nossos 4 bilhetes (nós pais e elas que não poderiam de todo ir sós) tivessem sido comprados mesmo antes de, no balcão, me terem dito que já não havia nada. E nós até fazíamos questão absoluta de ficar lá longe, ao fundo, naqueles lugares em que ninguém vê nada sem óculos de opera. Talvez um dia, quem sabe?

 

 

 

 

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publicado às 19:51

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