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No final desta semana vai ser submetido a votação final global o diploma sobre a autodeterminação da identidade de género nas escolas. Não tenho absolutamente nada contra quem não se identifica com o género com que nasceu (e já escrevi sobre isso, mas não esqueçamos a biologia e tudo o que isso acarreta) mas estamos a começar a confundir o que realmente é inclusão. E, desculpem lá, meus amigos, inclusão não é o Tó que em casa se assume e identifica como meninO mas, na escola, quer ser Maria e identifica-se como meninA e, já que a lei o permite, escolher ir às casas de banho femininas e balneários femininos. O mesmo pode acontecer com o género oposto.
Sou muito à frente em muitas coisas mas NÃO concordo com esta proposta. E desejo vivamente que não seja aprovada. Vamos imaginar o regabofe que vai ser: os miúdos todos misturados a fazer o que bem entendem, a abusar da sua (e da dos outros!) liberdade, alguns mais velhos a ameaçar mais novos, uns a troçar dos outros, uns a agredir os outros e, chego até mais longe, sim, alguém pensou no assédio? na perseguição? na hipótese de violação?
Deixem-me fazer uma pequena partilha pessoal: detesto ir a casas de banho públicas, incluindo as de shoppings; odeio mesmo balneários (quando fazia natação era um pesadelo para mim trocar o fato de banho molhado por roupa) e nunca tomei duches lá (nem quando fazia ginásio) - detesto mesmo. Odiava, desde miúda, as comparações de corpos entre colegas meninas. Não há privacidade nenhuma e estamos todAs perante o mesmo: mulheres e miúdas, tudo genitalmente igual. Agora extrapolem isto para um género misto.
Agora deixem-me propor este desafio: imaginem a vossa filhA, sossegada da vida, numa casa de banho, a mudar o seu tampão ou penso higiénico ou num balneário a mudar a roupa interior depois do duche (ou até no duche) mas estas instalações são mistas e partilhadas. Ninguém pensa na reserva da vida privada. A de uns e a de outros.
Não importa a idade, não importa o género, não importa nada, desde que haja inclusão.
Inclusão? Inclusão?
Meus senhores, inclusão é tratar antes e acima de qualquer coisa de cumprir a Constituição Portuguesa da República e cumprir os direitos que todos temos - incluindo a pessoa com deficiência.
Em pleno século XXI, ainda há escolas sem acessibilidades físicas (por que não pode o meu filho de cadeira de rodas entrar pela porta principal mas tem de o fazer pelo portão das traseiras onde só há pó e lama? Há casa de banho adaptada? Mesas? Portas com largura suficiente?); ainda há escolas com docentes com mentalidades retrógradas (ai, este menino, não pode ir fazer um secundário. Eu já dou aulas há 40 anos e já apanhei muitos casos e não eram assim. Não tenho de aplicar medidas. Ele qualquer dia vive de subsídios. Ele nem o nome escreve!); ainda há agrupamentos que recusam aceitar crianças com deficiência (não há recursos humanos nem condições para receber crianças assim. Mas a lei... Sim, mas o ministério não coloca mais ninguém); ainda há balcões da segurança social a transmitir informações erradas e desatualizadas a pais de/a pessoas com deficiência; ainda há programas de televisão não acessíveis a todos; ainda não há o cuidado de a própria Assembleia da República também escrever as suas leis em Comunicação Acessível (e não falo de CAA ou uso de pictogramas mas sim de palavras simples e diretas, textos concisos e menos rebuscados); ainda tem de haver uma política de proteção da mulher (da mulher!!!!!) porque ainda existe violência doméstica; ainda há milhares de pessoas sem acesso a cuidados básicos de saúde (direitos que estão na Constituição, lembram-se?) nem médico nem enfermeiro de família; ainda existe bullying nas escolas, nos hospitais, nos locais de trabalho; ainda há a promoção descarada da meritocracia, o compadrio, a cunha; ainda há o "dar um borrego para passar", noutra descarada corrupção; ainda não há cumprimento de prazos nem orçamentos em nenhuma obra (mas ai do contribuinte que passe 1h que seja depois do prazo); ainda há discriminação de género, racial, social, etária, financeira, literária, física.
Podia continuar mas estou cansada. Farta mesmo.
E anda este país a divergir atenções para casas de banho mistas e a dar azo a uma série realista de potenciais problemas graves quando há tanto mas tanto mais grave para resolver? Por favor, bastava criar um espaço misto extra, nada de extraordinário! Mas não misturem inclusão nisto!
Quando for altura de ir às urnas, pensemos no amanhã. Eu já tive de lutar por tantos direitos que são alienáveis. Vamos continuar nisto até quando?
E que não me venha ninguém chatear a moleirinha porque ah e tal mas és contra trans e comunidades tal? Não, não sou. Mas antes de viajarmos na maionese a pedir direitos que essas pessoas já têm e ninguém lhos tirou, pensemos nos direitos que outros também têm mas já foram - ou são - negados.
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Que chatice...
- haver diplomas legais que preconizam a inclusão na escola;
- haver crianças que ousam nascer com deficiências;
- haver permissão - obrigatoriedade! - de estas crianças fazerem parte do sistema educativo nacional;
- não haver escolas única e exclusivamente só apenas para alunos com deficiência;
- ter de lidar com estas particularidades no dia a dia, na escola, na vida, na sociedade;
- ter de ativar medidas, planos, apoios, recursos para alunos com deficiência;
- estes alunos com deficiência não se curarem com uma medicação simples que até pode ser sugerida por um professor;
- estes alunos com deficiência crescerem para se tornarem adultos com deficiência;
- não sermos um país de 1º mundo, economicamente desenvolvido, mas que segrega os seus alunos;
- não haver hospitais de dia onde se possa depositar estes alunos que ousam ser diferentes;
- todo o trabalho que envolve toda esta questão
Que chatice, que chatice, porra. Que chatice podermos caminhar para um amanhã melhor e inclusivo, ainda que devagar. Que chatice haver cada vez mais consciencialização e atenção para e no desenvolvimento infantil e até adulto! (Que chatice haver adultos diagnosticados com as mesmas perturbações dos filhos DEPOIS dos diagnósticos dos filhos). Que chatice, que chatice.
Há alturas em que , juro, que me apetece enfiar-me numa bolha, virar eremita, fugir do mundo. Não entendo as pessoas. Parece que quanto mais avançamos em termos evolutivos, científicos, tecnológicos, etc. menos tolerantes e menos permissivos somos uns com os outros, enquanto seres humanos. E isto não consigo entender.
(ler o texto com ironia e sarcasmo, ok. A última coisa de que preciso é de literalidade de neurotípicos só porque não leem).
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Segundo a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), o bullying é uma forma de violência contínua que acontece entre colegas da mesma turma, da mesma escola ou entre pessoas que tenham alguma característica em comum. Trata-se de um ato intencional e sistemático que envolve várias formas de violência (física, psicológica, social e sexual) e vários agentes (vítima, agressores e espetadores), sendo que estes comportamentos agressivos são propositados: têm o objetivo de assustar, magoar, humilhar e intimidar a vítima.
Não é modernice. Sempre houve violência na escola, no caminho para a escola, nas salas de aula. E até no trabalho. Não tinha era o nome que lhe damos agora – anglicismo ou não. E não tinha as consequências ou penalizações que estão agora previstas. E não tinha, de todo, a consciencialização e a vigilância que tem agora.
O Bullying constrói o carácter! É assim que se cresce!
O meu pai, em conversa sobre este assunto, contava-me que “estas coisas sempre existiram”. É verdade. E acrescentava pequenas histórias de uma colega mais velha que empurrava os mais novos para as valetas cheias de água ou pegava em ramos de árvore e vergastava todos quantos lhe aparecessem pela frente. Por ser mais velha, quem se atrevia a queixar-se? Ninguém. Ou se afastavam dela ou aparecia outro miúdo pior que ela e vingava-se.
“No meu tempo, também havia disso”. Também é verdade. Apesar de o meu pai ter sofrido esta violência física, tentou incutir-nos, tal como a minha mãe, que nos defendêssemos, que não nos metêssemos em confusões, que denunciássemos abusos por parte de colegas. E nós assim fazíamos. E a minha mãe, volta e meia meia volta, lá ia à escola falar com o diretor de turma ou até com a direção para que as coisas se resolvessem e não se repetissem.
Não havia nome para isto. Mas agora há.
Não havia leis contra isto. Mas agora há.
Não havia consequências, a menos que as coisas fossem extremamente e visualmente graves. Mas agora há.
Violência psicológica nem sequer era considerada violência. Mas agora é. Certamente, entrarão agora em cena, os habituais velhos do Restelo que me dirão “ah, menina, mas isso constrói o carácter! É assim que se cresce!”.
Errado.
O caráter pode ser construído de diversas formas sem que precisemos de recorrer à violência para o fazer. E crescer não tem que ser marcante pela negativa. Crescer não tem que marcar a ferros em brasa memórias cruéis de tempos de escola. Crescer e construir caráter não precisam de ter intervenientes violentos. Porque, por muito insignificantes que sejam esses atos de bullying, eles ficam sempre marcados em nós, mesmo sendo já adultos, com a vida resolvida, como pessoas realizadas a vários níveis.
Há dias, um aluno dizia-me, todo feliz, que a sua mãe tinha sido minha colega. Após muita amnésia da minha parte, lá chego à conclusão que foi minha colega de escola, durante aqueles anos parvos da mudança de idade em que as hormonas – e outros fatores – imperam. A reação física imediata foi um baque no coração: era a mesma miúda que fazia caras de nojo quando eu me aproximava dela, que dizia mal de mim às restantes colegas, que se recusava a partilhar as canetas, que me gozava por eu ser quem era na altura. Não gostei nada da enxurrada de memórias que assolou rapidamente e sem controlo e que eu, ao longo destes anos, tinha colocado num arquivo-morto algures num armário bem fechado. Menti ao miúdo. Disse-lhe que não me recordava da mãe dele…
Este é um exemplo, aparentemente inócuo e inofensivo de coisas que ficam. Tenho outros exemplos bem mais graves, bem mais violentos – física e verbalmente – que prefiro manter fechados no tal arquivo-morto. Que foi feito na altura? Nada. Nos anos 80 e 90, os nossos pais não tinham paciência nem educação emocional para estas questões, a menos que envolvessem ofensas extremamente graves, sovas ou roubos. As coisas, eventualmente e com sorte, acabavam por refrear e desaparecer.
Mas, os anos 80 deram lugar aos anos 90, os anos 90 culminaram com a viragem de século, de milénio, vieram os 00s, seguiram-se os 10s, estamos a meses da segunda década do século XXI (vamos ler, século vinte e um, devagar, para que assente) e estas situações – e mais graves!! – não mudaram. Mantêm-se, repetem-se, evoluíram para campos tecnológicos, continuam. A minha geração, a geração que foi vítima de bullying ou que viveu o bullying nem que fosse a assistir, não soube educar os filhos para a sua erradicação. E, todo um novo conjunto de formas de bullying surge, com o agressor escondido atrás de um ecrã com o poder exacerbado das teclas, a atacar desmesuradamente, só porque sim.
Também uma aluna minha comentava comigo, no outro dia, que, “basta ser um pouco diferente que já somos um alvo”. Essa diferença pode ser a velhinha situação da roupa de marca que uns têm e outros não, pode ser a comum situação do vem de carro ou de autocarro para a escola, pode ser o ainda a absurda situação do ser-se mais ou menos gordo, pode ser a incompreensível situação da deficiência ou pode até ser a idiota situação do porque não empatizo contigo. Nenhuma destas situações deveria ser adjetivada ou sequer motivo ou causa de bullying.
Em 2012, surge o Estatuto do Aluno, Lei 51/2012 de 5 de setembro, que aprova o Estatuto do Aluno e Ética Escolar, que estabelece os direitos e os deveres do aluno dos ensinos básico e secundário e o compromisso dos pais ou encarregados de educação e dos restantes membros da comunidade educativa na sua educação e formação. A certa altura, fala na responsabilidade civil e criminal. Não é uma lei anti-bullying. Mas já aborda campos que remetem para os comportamentos e ações do aluno – e outros. E envolve sempre as direções das escolas que, estão, neste momento, obrigadas a monitorizar e denunciar casos de bullying ao Ministério da educação, por uma “Escola sem bullying. Escola sem violência”.
Estamos na segunda década do século XXI. Isto não deveria sequer acontecer. Nós pais que passámos por tantas situações de bullying deveríamos poder ver que, volvidos 30 ou 40 anos, os nossos filhos estão completamente seguros na escola. Porque, como eu já disse antes, “A escola quer-se um local de várias aprendizagens, a vários níveis, com vários intervenientes (professores, assistentes operacionais, assistentes técnicos, alunos, pais). A escola quer-se um lugar onde os nossos filhos estejam e sejam felizes.” Sim, a escola é uma sociedade em miniatura. Os nossos filhos estão a aprender a viver nessa espécie de sociedade. Mas, tal como na verdadeira sociedade fora dos portões da escola, há regras a cumprir e valores pelos quais nos regermos. E isso é válido para todos.
Nós todos já fomos vítimas de bullying – pretério perfeito.
Nós, pais deste artigo, reagimos, com base em valores éticos, cívicos e legais – pretério perfeito e presente e futuro (mesmo sem o conjugarmos).
(texto escrito no ano anterior para a Up to Kids)
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Estamos no século XXI. 20 anos depois de este ter começado.
Elon Musk fala em implantes cerebrais, já temos carros que se conduzem sozinhos, os hackers são do mais exímio que há, temos robots que nos remetem para o filme "Eu, Robot", há imensos procedimentos clínicos que deixaram de ser invasivos, é até possível fazer-se teletrabalho na maioria das profissões, veja-se lá só. Vivemos num mundo de mudança constante, basta olhar para os computadores e telemóveis e programação de há apenas 10 anos (ou até menos!).
O que ainda não mudou o suficiente? A forma como os indivíduos com deficiência(s) - visíveis ou invisíveis - são tratados. Ainda temos os reparos, que podem ser à parte ou diretos; ainda temos os olhares de pena; ainda temos os diminutivos na ponta da língua; ainda temos os insultos na forma, verbal, visual ou física. Meros exemplos.Tudo porque a diferença (ainda) incomoda.
Mas o que também incomoda é uma queixa por difamação e maus tratos verbais. Este tipo de queixa não serve apenas para vizinhos zangados ou herdeiros empolados em discussões - serve para todos. Acredito que se todos os que passámos por situações semelhantes tivéssemos menos receio de chatices e conseguíssemos a coragem necessária para seguir em frente, muitas das pessoas que dizem as maiores barbaridades ou que gritam ou que insultam ou que agridem uma pessoa com deficiência, não ousariam sequer colocar em voz alta o que vai naquelas cabeças ocas.
Os relatos de pessoas que passam por estas situações existem. No momento, tantas vezes, nem sequer se tem reação e quando se envolvem os nossos filhos, queremos é sair e protegê-los. Mas há tempo para ponderar uma ação, depois. E a verdade é que, cada vez mais faz sentido, cada vez mais é necessário, cada vez mais é preciso uma voz que se faça ouvir e não se deixe denegrir, rebaixar, insultar. Não é para isto que serve o direito à opinião. Isto é difamação. E a definição de difamação é "quem, dirigindo-se a terceiro, imputar a outra pessoa, mesmo sob a forma de suspeita, um facto, ou formular sobre ela um juízo, ofensivos da sua honra ou consideração, ou reproduzir uma tal imputação ou juízo", considerado crime e punível por lei.
Porque a minha liberdade termina quando começa a do outro. E essas liberdades têm o direito de ser respeitadas.
Se é extremo? Talvez seja. Mas ser-se insultado, ser-se discriminado, levar com os histerismos e ignorância dos outros só porque se é diferente - e aqui cabe tudo, desde a deficiência à identidade de género à etnia ao grupo social etc - também deveria ser extremo. E não existir.
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Ponderei muito, mesmo bastante antes de publicar este post.
Há coisas que não discuto com ninguém: futebol, religião e política. Não discuto isto com ninguém porque acaba-se sempre numa espécie de conversão ao seu favorito e eu acho que o mundo é grande o suficiente para muitos futebóis, muitas religiões e muitas políticas, dentro do seu qb salutar.
Mas, não resisto a partilhar a mais recente das piolhas, que mostra um discernimento e um saber estar e um questionar e ponderar quase fora de série. Muitos dos nossos planeamentos são feitos dentro do carro, a caminho de alguma atividade/escola ou casa. Ontem, avisei que, domingo de manhã, iríamos votar e depois a casa dos avós. Informei que iriam comigo porque votar é um ato cívico muito importante, especialmente para as mulheres e elas, piolhas, devem fazer parte dessas ações. Elas já estão fartas de saber disso porque eu falo do assunto, sempre que há eleições. Uma delas pergunta-me, sem qualquer malícia ou agenda oculta, "Mãe, podes votar na Marisa Matias?" Perguntei porquê. "Ela é a única mulher candidata num mundo onde ainda há muitos homens na política. E precisamos de mais mulheres em cargos altos e a ganhar mais".
Achei isto tão sem palavras, tão grande, tão elaborado que questionei se na escola alguém lhes tinha falado das eleições ou tinham apanhado alguém em propaganda. "Não, mãe, ninguém nos disse nada, nós só achamos que precisamos de mais vitórias de mulheres". Nem sequer lhes interessava o partido mas sim a figura que dava a cara. Aquela mulher. Uma mulher.
Nunca lhes falei das minhas (não)preferências políticas, eu voto no porgrama eleitoral que mais me satisfaz ou respeita, não sou seguidora de nenhum partido ou político, não pretendo alistar-me nesse mundo (embra devesse ponderar nisso ehhehehehehhe); apenas vêem os cartazes nas rotundas. E, de todos os cartazes em rotundas, das vilas e cidades por onde andámos, só havia o rosto de uma mulher. Uma única mulher a concorrer às eleições, num conjunto de quase uma vintena de partidos, com homens em destaque.
Eu estou de coração a rebentar. Estas miúdas são incríveis. E sim, só por causa disto, votei por elas. Orgulhosamente.
E elas puseram o boletim na urna.
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