Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
O marido atirou uma carta da Unicef para o banco traseiro do carro. Na frente dizia que era uma mensagem urgente e que milhares de crianças estavam em risco. Costumamos receber deste tipo de apelos desde que ajudámos há uns valentes anos.
Hoje saímos para ir treinar bateria a casa da avó (lembrem-se de que vivemos num apartamento T2) e uma das piolhas encontra o envelope no banco. Ficou absolutamente chocada. E, quase sem voz, recitava o número que lera, que milhares de crianças estavam em risco e que queria ajudar, como poderíamos ajudar, os pais dessas crianças deveriam estar muito preocupados... e estava já de lágrima no olho...
E, nós, (in)sensiveis q.b., lá tentámos dizer-lhe que há muitas formas de ajudarmos mas que, infelizmente, o mundo é mesmo assim: cruel, injusto, desigual. E ela pedia-nos para ajudarmos aquelas crianças. E nós lá lhe respondíamos que as coisas não são assim tão simples mas que podemos começar por valorizar o que temos, respeitar o que temos e que podemos ajudar indiretamente, através de donativos ou de contribuições. Talvez tenha ficado convencida pois já por várias vezes que entregamos roupas ou outros bens a instituições ou tentamos contribuir ajudando causas.
Acho que foi a primeira vez que se apercebeu - e a irmã por acréscimo - que há mais mundo para além do nosso meio e que somos tantas vezes impotentes e que, infelizmente, não podemos mudar o mundo.
Mas podemos ir tentando fazer o mundo de alguém um bocadinho melhor.
Hoje, naquele instante, alguém cresceu.
---------------- Estamos também no Facebook --------------------